terça-feira, 12 de agosto de 2008

CASAS DE FARINHA PODEM FECHAR EM SALITRE

A baixa produtividade da mandioca em Salitre, na Região do Cariri, está prejudicando o funcionamento das casas de farinha. A média de 12 toneladas por dia caiu pela metade e os que vivem desse trabalho podem ficar sem a ocupação daqui a dois meses. A previsão é dos produtores de mandioca do município onde 70% da população (em torno de 17 mil habitantes) vive do cultivo dessa raiz.

"Muitas das casas de farinha podem fechar porque a produção (2006-2007) foi muito inferior ao esperado. Vamos aguardar que melhore deste ano para o próximo", diz Elias Antônio Albuquerque, um dos produtores e dono de casa de farinha. Ele recorda que, em Salitre, no Cariri Oeste, já chegaram a funcionar 165 casas de farinha com o emprego de até 25 pessoas cada uma. "Era um trabalho rústico, sem a mecanização, mas ainda temos várias que mantêm o trabalho braçal", diz.

A mandiocultura em Salitre, a 608 quilômetros de Fortaleza, gera em torno de cinco mil empregos diretos e indiretos. "A safra de um ano atrás foi prejudicada pela escassez de chuvas no município, mas, o último inverno (quadra chuvosa - fevereiro a maio deste ano) foi bom e, no próximo ano, vamos ter uma boa colheita", diz Elias. A mandioca só é colhida no ano seguinte após o plantio.

Muitos dos trabalhadores que vivem da colheita e do trabalho nas casas de farinha já estão migrando para outros estados como São Paulo e estados do Centro-Oeste ou para o Distrito Federal. Vão em busca de trabalho na zona rural como as colheitas da laranja e da cana-de-açúcar ou do trabalho na construção civil. Passam, em média, seis meses fora e retornam para Salitre. (Colaborou Amaury Alencar)
Jornal O Povo

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