sexta-feira, 15 de agosto de 2008

CRATO: PROMOTORIA GANHA NOVA SEDE




Inaugurado o novo prédio que abrigará as quatro Promotorias de Justiça na comarca do Crato, o Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon/ Ce) e o Juizado Especial Cível e Criminal. O prédio recebeu o nome de “Telma de Sousa Lima”, uma das mulheres vítimas de violência no Cariri, e está localizado na Rua Nossa Senhora de Fátima, 115, bairro Pimenta, Crato.

A solenidade contou com a presença da procuradora-geral de Justiça, Socorro França, juízes que atuam no Cariri, defensores públicos, delegados de Polícia, representantes do Comando da Polícia Militar, da Ordem dos Advogados e do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher Cratense.

Portando cartazes de mulheres assinadas no Crato, um grupo de manifestantes, a maioria familiares de vítimas da violência, pediu justiça contra alguns dos acusados de crimes contra mulheres que ainda não foram julgados. Nos últimos 7 anos, segundo levantamento feito pelo Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, foram assinadas 130 mulheres no Cariri.

Em seu discurso, a procuradora Socorro França destacou a função do Ministério Público no processo de formação de responsabilidade e consciência cidadã, além de estimular o encaminhamento de denúncias de corrupção.

Vestida com uma camisa com a frase “O que você tem a ver com a corrupção”, a procuradora disse que o País está mudando. A justiça vem se aparelhando de equipamentos jurídicos fundamentais para combater a violência. Citou a Lei Maria da Penha que, segundo afirmou, tem contribuído para diminuir a impunidade.

Na mesma linha de combate à corrupção e à impunidade, o promotor de justiça, Elder Ximenes, disse que “uma das funções do MP é tornar o Brasil um local melhor de viver e não de morrer. É corrigir os erros do Estado, tornar possível a justiça e não aceitar a impunidade”.

Ele criticou a Justiça que protege os mais ricos e pune apenas os “ladrões de galinhas, negros, pobres e minorias”. Concluiu dizendo que este quadro está mudando.

O edifício do Ministério Publico do Crato possui a área total de 288m², abrigando todas as promotorias de Justiça do município. Cada sala onde funcionarão as promotorias tem o nome de mulheres vítimas de violência no Cariri. São elas: Luiza Alexandra de Alencar, Maria Eliane Gonçalves da Silva, Edilene Maria Pinto Esteves, Maria Aparecida Pereira da Silva, Wanesca Maria da Silva e Ana Amélia Pereira de Alencar. Segundo os promotores do Crato, a centralização das promotorias num único prédio facilitará o atendimento ao público. Antes, os órgãos do Ministério Público funcionavam nas dependências do Fórum Desembargador Hermes Pharayba.

Homenageada

A vendedora Telma de Souza Lima, que dá nome ao prédio, foi a primeira de uma série de sete mulheres assassinadas pelo chamado “escritório de crime”. O corpo dela foi encontrado cinco dias depois do seu desaparecimento na Chapada do Araripe em avançado estado de decomposição. Ela foi estrangulada, estuprada, amordaçada e apresentava marcas de queimaduras.

Antônio Vicelmo
Repórter

Mais informações:
Conselho Municipal dos Direitos da Mulher Cratense
(88) 3521.6317
Ministério Público do Crato
(88) 3523.3768

Diário do Nordeste

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