A Feira de Tecnologia e Calçados do Ceará (Fetecc) chega a sua 11ª edição. A parte de vendas e estandes já foi praticamente finalizada e a equipe técnica contratada. Todas as parcerias, conforme os organizadores, já foram firmadas para um dos maiores eventos na área calçadista do Nordeste. Este ano, a previsão é que sejam negociados durante e após a feira cerca de R$ 20 milhões. A abertura oficial da feira será no dia 13 de agosto, com programação até o dia 15. A novidade para este ano é a ampliação dos estandes regionais, com divulgação das pequenas indústrias do setor em Juazeiro. Cerca de 5 mil pessoas deverão passar pelo pavilhão de feiras do Sebrae, onde acontecerá a programação do evento.
A feira tem crescido não só na questão física, mas na questão conceitual. Tem sido o cartão de visita das indústrias no Cariri e para vários países. A cada ano se torna mais acessível, por aumentar a credibilidade e fazer com que os parceiros continuem. O mercado de calçados nos últimos anos, conforme o presidente do Sindicato das Indústrias de Calçados e Vestuários de Juazeiro do Norte (Sindindústria), Antônio Barbosa Mendonça, tem se comportado de uma forma atípica na região, em virtude das crises do setor, com um fator crescente, com investimentos dos pequenos empresários. "Houve uma necessidade de ampliação dos negócios por meio dos financiamentos e isso tem sido uma forma de compensar as baixas do setor", explica Mendonça.
Geração de empregos
O município conta com cerca de 300 empresas de calçados nas unidades industriais. O sindicato está com cerca de 82 afiliadas, mas ele destaca as pequenas empresas espalhadas pela cidade, além das informais. Cerca de 10 mil empregos formais e diretos são gerados pelo setor. Se for para a informalidade, esse número pode chegar a 40 mil.
O Cariri exporta para todo o Mercosul e algumas empresas vendem para mercados mais exigentes como a América do Norte, com sandálias de E.V.A. Há empresas que chegam a exportar para mais de 20 países, inclusive a Europa.
Em termos de Ceará, o Cariri é o único pólo de calçados. Para o presidente do Sindicato, a cidade de Juazeiro conta com uma cadeia produtiva por conseguir vender o produto acabado. "Produzimos desde a matéria-prima ao produto final", diz ele. São curtumes, fábricas de solado, metalúrgicas para a parte de fivelas, enfeites injetáveis. Muitas fábricas já têm até designers próprios. Porém, um dos projetos desenvolvidos pelo Sindicato é dar possibilidade de fornecer um "designer coletivo", além do gerenciamento logístico para o setor.
Mendonça explica que a finalidade de fortalecer os pequenos empresários dá condições das pequenas empresas serem mais competitivas. Um estande coletivo com dez empresas será montado. Ao todo, a feira congregará 100 expositores, mas 70% são de outros Estados, que trazem a matéria-prima e a parte da tecnologia para a feira. São empresas de todos os pólos calçadistas do Brasil. Os representantes dos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraíba e Santa Catarina marcarão presença.
Este ano, não haverá representantes de outros países. A ação com esses empresários estrangeiros, explica Mendonça, requer mais investimento e atenção. A finalidade é poder explorar essas missões internacionais em períodos de maior baixa no setor interno, como forma de equilibrar a produção. Normalmente isso acontece no fim do ano. Também não haverá rodada de negócios.
Uma das grandes contribuições da feira tem sido o avanço tecnológico para as indústrias locais. Isso, ressalta Mendonça, é constatado na prática. São 11 anos, e ao longo desse tempo, o formato da planta industrial das fábricas tem melhorado.
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