terça-feira, 8 de março de 2011

O DIA DA MULHER! PARA OS QUE NÃO ACREDITAM EM PAPAI NOEL



08 de março! O mundo agora quase na sua totalidade comemora o dia da Mulher, muito especialmente, os países que abraçaram o chamado “capitalismo selvagem” ou o famigerado pós-modernodernismo do tsunami neoliberal como estrela-guia.

Contudo, proponho por conta deste ato comemorativo mundial, ao menos por um instante, um pouco mais de reflexão que ao meu juízo considero um tanto preciso e necessário. O que chamarei aqui simplesmente de: o óbvio ululante do nosso doce momento de passividade eterna.

Quer seja, por exemplo, a justa indagação ao menos para nós mesmos de o porquê do dia da mulher... Por que todos os dias do ano não podem ser dedicados a esta figura tão importante e notória dentro do contexto de construção cotidiana da nossa história? Por que apenas um dia? Um dia para a contribuição histórica da mulher é deveras muito pouco.

Ainda, que razão levou os capitalistas(justamente os responsáveis pelo fato gerador desta comemoração) a abraçar esta data quase como um momento de auto-afirmação? Uma glória das glórias... tamanho tem sido o ímpeto com que “eles” têm se dedicado a este acontecimento (a meu ver) um tanto quanto bizantino?

Creio que a grandiosidade da mulher, enquanto mãe, dona de casa, trabalhadora, enfim sujeito partícipe da sua própria história e, por extensão, da luta de classe pelo mundo afora extrapola qualquer comemoração episódica, através da qual os marqueteiros da economia de mercado e do neoliberalismo(do consumo) em geral, espertamente, criaram como forma de obter algum tipo de lucratividade. O que aliás, temos que admitir que neste particular, ‘eles’ são quase insuperáveis...

Afinal, não é à toa que já nos acostumamos a ‘dançar na maionese’, quando entramos na deles e aceitamos de bom-grado o fato de existir com naturalidade um dia dedicada a tudo nada vida. E o que pior. Pagamos muito caro por isso... Pois este convencionalismo há muito virou regra de etiqueta.

Contudo, digamos que isso não é coisa nova. Afinal há muito tempo que se comemora figuras ilusória como a do Papai Noel, por exemplo. Sem esquecermos os dias de tudo e de todos: Dias dos pais, das mães, dos namorados, do vizinho, do cachorro, etc, etc... Tudo com o evidente intuito de vender, vender e vender... O clássico combustível do velho consumismo exacerbado. O aprimoramento da antiga fogueira das nossas eternas vaidades. Por isso o sonho de consumo está impregnando nossa alma, tanto quanto nosso DNA.

E não nos esqueçamos que com isso estamos exaurindo nossos recursos naturais e transformando nossa única morada(o planeta) num incomensurável lixão. Nosso luxo é um perigo. Uma bomba relógio.

Portanto, digamos que o novo desta comemoração, a que me reporto, seria o fato de “eles” os capitalistas do mercantilismo terem se apropriados de um acontecimento referencial e histórico da luta de classe mundial, a partir do qual surgiu este suposto dia da mulher. Quer seja a manifestação das bravas operárias norte-americanas ocorrida nos idos de março de 1857 quando protestavam por melhores condições de trabalho e de salários. Seguido do massacre de 1911 em Nova Iorque quando cerca de 129 trabalhadoras do setor têxtil foram trancafiadas num galpão e queimadas vivas por decisão dos seus patrões em resposta ao protesto. Até hoje a explicação de acidente não colou... Uma farsa hedionda.

Por fim, digamos que todos os dias do ano devem ser dedicados à mulher planetária de hoje e de ontem. Por tudo que ela representa para o mundo e para a vida. Enfim, a sociedade global em todos os momentos da história humana. E não apenas, o 8 de março de cada ano. Afinal de contas, nem sempre é preciso que acreditemos em papai Noel.

O fim do preconceito de gênero, assim como o resguardo da igualdade, o respeito, além do reconhecimento de toda a sociedade à imensa contribuição da mulher, bem como do seu importante papel na construção de um mundo novo. Seria efetivamente o maior dos tributos que poderíamos dá como homenagem e legado efetiva à mulher em escala internacional.

Ainda assim, nada estaria sendo dado de ‘mão beijada’ a esta guerreira, como muitos, infelizmente, ainda imaginam. Pelo contrário, tudo que a mulher já conquistou foi o resultado natural de uma luta árdua, da sua combatividade, do seu destemor, a partir de um esforço de coragem, decisão e consciência.

Viva a mulher para o todo e sempre, viva!

José Cícero
Aurora - Ceará

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