sexta-feira, 21 de outubro de 2011

IPECE LANÇA ESTUDO SOBRE DETERMINANTES ESPACIAIS DA MISÉRIA E RIQUEZA NO CEARÁ

“As variações positivas na renda per capita, na infraestrutura domiciliar e no nível de empregos formais tendem a resultar em variações negativas na taxa de extrema pobreza, enquanto que variações positivas da taxa de analfabetismo e da taxa de dependência podem aumentar o contingente populacional de miseráveis dos municípios”. Esta é uma das conclusões do estudo inédito “Os Determinantes Espaciais da Extrema Pobreza no Estado do Ceará – 2010”, que compõem “Textos para Discussão” (nº97), que acaba de ser publicado pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), órgão vinculado à Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) do Governo do Estado.

O trabalho analisa a distribuição da extrema pobreza no território cearense em nível municipal - tendo como base o censo do IBGE 2010 - e mostra que existem grandes disparidades municipais relacionadas à miséria. De acordo com o estudo, “há uma dependência espacial (geográfica) no tocante a proporção de pessoas pobres, ou seja, municípios com altas taxas de miséria tendem a ser cercados por outros municípios com altos valores desse índice, enquanto que municípios com maiores níveis de renda encontram-se circunvizinhos a outros municípios na mesma situação”. Os autores da pesquisa são Cleyber Nascimento de Medeiros e Valdemar Rodrigues de Pinho Neto.

Em termos de mapeamentos, agrupamentos de "riqueza" podem ser observados para os municípios de Aquiraz, Cascavel, Caucaia, Eusébio, Fortaleza, Guaiúba, Horizonte, Itaitinga, Maracanaú, Maranguape, Pacajus, Pacatuba e Pindoretama, localizados na RMF; Barbalha, Crato e Juazeiro do Norte na região do Cariri; e Jaguaruana, Limoeiro do Norte, Palhano, Quixeré, Russas e Taboleiro do Norte na região do Litoral leste/Jaguaribe.

Com relação aos agrupamentos de pobreza destacam-se quatro áreas principais: na região do Cariri, compreendida pelos municípios de Antonina do Norte, Araripe, Assaré, Campos Sales e Potengi; na região Central do Estado, contendo os municípios de Boa Viagem, Canindé, Itatira, Madalena e Monsenhor Tabosa; na região do Sertão dos Inhamuns, composto pelas cidades de Ararendá, Ipueiras, Croatá e Poranga, e no litoral Oeste do Ceará (quarto grupo), formado pelos municípios de Acaraú, Amontada, Barroquinha, Chaval, Granja, Itapipoca, Martinópole, Morrinhos, Senador Sá e Uruoca.

Segundo o diretor Geral do Ipece, professor Flávio Ataliba, o estudo é importante na medida em que ajuda a estabelecer as estratégias de ações do poder público, com o objetivo de romper os agrupamentos de miséria ainda presente no Estado e fortalecer aquelas regiões que apresentam padrões de renda mais, uma vez que municípios com elevados níveis de pobreza ou riqueza tendem a ter influência direta sobre seu vizinho. Nesse contexto, é importante frisar que o Governo do Estado vem desenvolvendo diversas ações com essa preocupação, como a construção de escolas profissionais no interior do Ceará, hospitais regionais e policlínicas, assim como os incentivos à interiorização da indústria para as localidades mais pobres. O estudo completo pode ser acessado no www.ipece.ce.gov.br

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