A maioria dos brasileiros concorda com a prisão perpétua como medida de redução da criminalidade, aponta pesquisa Ibope encomendada pela CNI (Confederação Nacional das Indústrias) e divulgada ontem. hoje. A pesquisa foi feita entre 28 e 31 de julho deste ano com 2.002 pessoas acima de 16 anos, em 141 municípios. Entre os entrevistados, 69% se disseram totalmente ou parcialmente a favor de manter um criminoso preso até o fim da vida.
Quanto à pena de morte, entretanto, os entrevistados ficaram divididos: 46% se disse total ou parcialmente a favor, enquanto outros 46% de declararam total ou parcialmente contrários. Para Renato da Fonseca, gerente-executivo de pesquisa da CNI, o resultado mostra que a população defende maior rigor nas punições para reduzir a criminalidade. “Mas esse entendimento ainda não é suficiente para que defendam a pena de morte”, afirmou.
Entre as medidas apontadas pelos entrevistados para melhorar a segurança no país, prevalecem as de caráter repressivo, como o maior combate ao tráfico de drogas, o aumento de policiamento nas ruas e o aumento de penas. Entretanto, nas perguntas específicas, 90% dos entrevistados concordaram com a afirmação de que ações sociais como educação e formação profissional contribuem mais para diminuir a violência do que ações repressivas.
A aparente contradição, segundo Fonseca, pode ser explicada pelo sentimento de “urgência” do entrevistado ao falar de segurança pública. “Na urgência, são as medidas de repressão que darão melhor resultado”, disse.
O sentimento de urgência pode ser explicado pelo fato de 79% dos entrevistados ter presenciado cenas de violência ou criminalidade nos últimos 12 meses - em 67% dos casos, tratava-se de uso de drogas na rua. “O tráfico de drogas, de acordo com os entrevistados, está intimamente ligado à criminalidade”, afirmou Fonseca. O uso de drogas foi apontado como o terceiro maior problema do país, atrás da saúde (52%) e da segurança (33%).
A pesquisa também abordou a redução da maioridade penal - 86% dos entrevistados afirmaram que concordam, total ou parcialmente, com a possibilidade de punir como adulto o adolescente a partir dos 16 anos.
Esse percentual sobe quando se fala de crimes violentos e hediondos: 91% concordam que os adolescentes que cometem esse tipo de crime devem ser punidos como adultos.
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