Apenas este ano, já foram registrados em Crato dez casos de meningite. Destes, oito pessoas tiveram a forma viral da doença e outras duas foram acometidas pela bactéria causadora do mal. No último dia 23, uma criança morreu no Hospital e Maternidade São Francisco de Assis, onde estava internada. Este foi o segundo óbito pela doença em 2011. O menino de 7 anos, com iniciais I.A.l, residente no Bairro Pantanal, apresentava petéquias, que são manchas indicadoras da meningite meningocócica. A forma pode dar origem a uma infecção generalizada no organismo.
Após a morte do menino, a partir das evidências das bactérias circulares, a Secretaria de Saúde do Município realizou o bloqueio da doença nas pessoas que tiveram contato direto com o doente, ou seja, as pessoas que dormiram no mesmo domicílio com o menino. Todos os alunos da sala de aula onde o garoto estudava receberam doses de Rifampicina, antibiótico que quebra a cadeia de transmissão da meningite. Mas ainda há um alerta para que os pais de crianças de até 10 anos de idade fiquem atentos aos sintomas, pois nessa faixa etária o risco de contágio é maior. Porém, todo o restante da população está susceptível à contaminação.
Segundo a coordenadora do Departamento de Epidemiologia da Secretaria de Saúde, Lídia Maria Feitosa Guedes, em casos de meningite, o órgão procede de acordo com as orientações do Ministério da Saúde. "É muito difícil de um profissional da saúde identificar a meningite nos seus primeiros sintomas, por ser uma doença semelhante a uma virose. No entanto, é importante que os médicos tenham atenção à circulação da bactéria", afirma.
É rotina nos postos de saúde da cidade haver vacina para crianças de 3 meses a 2 anos de vida. Mas, para a população adulta, só há medicação em caso de contato direto com a pessoa contaminada.
Em todo o Estado do Ceará já foram registrados 65 casos de meningite este ano. Deste total, 18 pessoas morreram. O último óbito registrado em Fortaleza foi o do menino J.R.F., 10 anos que residia no Bairro Conjunto São Cristóvão.
Mais dois casos da doença foram confirmados. Trata-se de uma irmã e um vizinho da vítima, que estão internados no Hospital São José. Em comparação a 2010, o número de casos aumentou 109,6%.
O Crato não tem histórico de meningite. A doença não circulava no Município desde 2007, quando foram registrados seis casos, sendo quatro não especificados, um viral e outro bacteriano. No ano passado, foi feito apenas um registro da doença. As notificações de meningite ocorrem em unidades hospitalares. O Hospital São Francisco possui a única Unidade de Vigilância Epidemiológica, que realiza notificação imediata dos casos à Secretaria Muncipal de Saúde.
Como medidas de prevenção, é recomendado evitar ambientes com grandes aglomerados de pessoas, como cinemas, igrejas e velórios, manter as medidas básicas de higiene e residir em locais arejados. S e diagnosticada precocemente, a meningite tem cura.
Os sintomas da doença são febre alta, dor de cabeça, rigidez da nuca e vômitos. Um dos exames de identificação é a punção do líquido cefalorraquidiano. Entretanto, o diagnóstico pode ser clínico.
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