O trio de mulheres Ellen Johnson Sirleaf e Leymah Gbowee, ambas liberianas, e Tawakkul Karman, do Iêmen, venceu o Prêmio Nobel da Paz de 2011, conforme anunciou ontem o comitê Instituto Norueguês do Nobel, que entrega o prêmio, em Oslo, na Noruega.
O prêmio foi concedido a elas por "sua luta não violenta pela segurança e pelos direitos das mulheres na participação do processo da construção da paz".
Diferentemente dos anos anteriores, o anúncio de quem havia sido escolhido foi lido apenas em inglês e, segundo o comitê informou antes do evento começar, o texto possuía 21 linhas, um total relativamente alto para o padrão visto nas justificativas passadas.
"Não podemos alcançar a democracia e paz duradoura no mundo ao menos que as mulheres obtenham as mesmas oportunidades que os homens para influenciar o desenvolvimento em todos os níveis da sociedade", disse trecho da justificativa do comitê.
O anúncio lembrou que em 2000, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) adotou uma resolução que tornava, pela primeira vez, a violência contra mulheres em conflitos armados um assunto de segurança internacional. "Isso destacava a necessidade de as mulheres se tornarem participantes em pé de igualdade com os homens nos processos de paz".
Ellen Johnson Sirleaf foi a primeira mulher a ser eleita democraticamente em uma nação africana, a Libéria. Desde que tomou posse, em 2006, ela vem contribuindo para assegurar a paz no país, segundo o anúncio, para promover o desenvolvimento social e econômico e fortalecer o status da mulher na sociedade.
Leymah Gbowee mobilizou e organizou as mulheres independentemente de diferenças étnicas e religiosas na Libéria para colocar um fim na guerra no país e assegurar a participação feminina nas eleições. Ela vem promovendo a influência da mulher no oeste africano.
A jornalista Tawakkul Karman, mesmo nas situações mais difíceis antes e durante a Primavera Árabe, teve um papel de liderança na luta pelos direitos das mulheres e pela busca da democracia e da paz no Iêmen.
"O comitê espera que Sirleaf, Gbowee e Karman ajudem a colocar um fim na opressão das mulheres que ainda ocorre em muitos países e a deixar claro o grande potencial que as mulheres representam para a democracia e para a paz".
O comitê do prêmio Nobel havia anunciado em março que foram indicados 241 candidatos à categoria, um número recorde. O prêmio, que inclui 10 milhões de coroas suecas (US$ 1,5 milhões), será entregue em dezembro.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, felicitou as três mulheres laureadas com o Nobel da Paz este ano. Ban afirmou que a decisão do comitê em homenagear o trio "não podia ser melhor". "É um símbolo do poder das mulheres. Antes de tudo, mostra o papel vital que as mulheres têm no avanço da paz, da segurança e dos direitos humanos", afirmou o secretário-geral das Nações Unidas.
fonte: DN
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