sábado, 17 de setembro de 2016

Operações do BEC somam R$ 8 bilhões



A carteira de crédito do antigo Banco do Estado do Ceará (BEC), que concentra 9.500 operações, soma aproximadamente R$ 8 bilhões em empréstimos de mutuários dos setores, rural, comercial e industrial. Os números foram divulgados ontem na audiência pública, na sede da Secretaria da Fazenda (Sefaz) para esclarecimento do processo licitatório e venda do ativo do BEC. A expectativa é que o edital seja lançado em 30 dias.

“Os valores são corrigidos e servem como parâmetro. Mas até chegar ao preço justo que realmente vale essa carteira no mercado, será implementado um estudo. A ideia do montante é para dar uma noção do que está sendo trabalhado”, destaca Edson Américo, coordenador de projetos da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e responsável pela análise da carteira de crédito do BEC.

Ele adianta que o ativo permanece sem pagamento dos mutuários. As vantagens, explica, está na possibilidade de ter um ativo com um preço em conta. “É um valor que irá com deságio, com preço razoável que pode dar um retorno alto. Uma carteira de alto risco que, por outro lado, pressupõe a necessidade de um retorno alto”, explica. A ideia é que, com a depreciação, haja um maior interesse pelos bancos e operadoras financeiras para a concorrência pública. A reunião contou com representantes do Banco do Brasil, Santander, Bradesco e das operadoras Jive, Jave, Alcance, Injeta e Emape. O leilão do BEC ocorreu em dezembro de 2005. O Bradesco foi o vencedor do certame de privatização.

Investimentos

A falta de expertise para administrar em gerenciar a carteira de crédito do BEC e a necessidade de obtenção de recursos para a continuidade dos investimentos foram as premissas obedecidas para a alienação do ativo. “O Estado não é especialista em gestão de carteira de empréstimos. Desta forma, não tendo a expertise, temos de levar ao mercado e adquirir um valor que seja de interesse do Governo e que contribua para a manutenção dos investimentos”, destacou João Marcos Maia, secretário-adjunto da Sefaz. Segundo as projeções estaduais, a carteira deve ser alienada até o final do ano.

A venda do ativo é um alento para o orçamento público estadual. “Estamos no terceiro ano de recessão econômica. As receitas dos estados caíram muito. E esses recursos são para fazer face aos compromissos orçamentários”, afirma Lauro Chaves, professor de Economia da Universidade Federal do Ceará (Uece). Segundo ele, o fluxo de caixa do Governo tende a ser melhorado com o programa de concessões estadual.


Saiba mais

Disputa

A disputa para o BEC no leilão de privatização se deu entre o Bradesco e Banco GE Capital. O Bradesco, na primeira fase do leilão havia oferecido R$ 561 milhões, oferta superior à do GE Capital - R$ 542,8 milhões. Itaú e Unibanco também figuravam na disputa oficial.


Ações

No leilão do BEC foi ofertado um bloco de 82.459.053 ações ordinárias, equivalendo a 89,17% do capital social do banco Bradesco. Em junho de 2006, as agências do BEC passaram a utilizar a marca Bradesco


Corrupção

Uma Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI) foi formada para investigar uma dívida de R$ 900 milhões do banco cearense. Não foram comprovadas as irregularidades.

- no Jornal O Povo

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