sábado, 21 de janeiro de 2012
O homem que queria educar o Brasil
Chegava ao fim o período de 15 anos ininterruptos de governo Getúlio Vargas. Na época, Leonel Brizola, getulista assumido, foi lançado na política pelo chefe do Executivo, ajudando a fundar o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Era sua primeira experiência partidária. Iniciava-se a jornada de atuação política que duraria cinco décadas, até sua morte, em 22 de janeiro de 2004, aos 82 anos de idade, vítima de enfarte.
Brizola, provocador em declarações ácidas, tensionador dos sistemas de poder, nacionalista por princípio fundante de sua condição de homem público, completaria 90 anos de nascimento amanhã. Se estivesse vivo, pouco veria de continuidade dos projetos políticos que defendeu por décadas. Ideias que, ele mesmo dizia, pouco mudaram ao longo dos anos de tantas fases e políticas diversas na conjuntura brasileira.
Ao se eleger governador do Rio Grande do Sul, seu estado natal, em 1958, realizou uma das poucas experiências consideradas como reforma agrária no País, promovendo a distribuição de 45 mil hectares de terra a 35 mil famílias gaúchas.
Conduziu, também, por meio da legenda que abrigava sua ação política, a luta pela valorização da educação pública e de qualidade, a principal bandeira de seus percursos e seus adeptos. Sua administração no governo do Estado foi marcada pela construção de mais de seis mil escolas entre os anos de 1959 e 1962.
“Ele teve o compromisso com a educação de qualidade e em tempo integral”, disse o deputado estadual Heitor Férrer, filiado ao Partido Democrático Trabalhista (PDT) há 24 anos, sigla fundada por Brizola ao retornar do exílio durante a ditadura militar que o obrigou a viver no Uruguai e nos Estados Unidos de 1964 a 1979, só retornando ao Brasil com a Lei da Anistia.
“A marca de todos do PDT que chegam ao poder é que não se pode abrir mão das políticas para educação, que deve ser a prioridade de qualquer governante”, complementou Heitor. No entanto, o deputado lamenta um desenrolar das prioridades brasileiras como longe de dialogar com os projetos defendidos por Brizola, sua principal referência política. “O modelo administrativo brasileiro, nas cidades, estados, na União, divergem muito do que o Brizola idealizou”, disse.
O pedetista aponta motivos para além da realidade nacional. “Brizola tinha preocupação com as riquezas nacionais, com os aspectos socialistas. Isso vem perdendo força com a própria globalização. E a Educação vem se deteriorando ao longo do tempo”, criticou.
Trabalhismo
O presidente do PDT no Ceará, deputado federal André Figueiredo, avalia que o legado de defesa da soberania do povo brasileira liderado por Brizola se sustentaria no investimento em educação e também na defesa dos direitos dos trabalhadores.
“Estes são hoje os pilares do PDT e de todos os brizolistas”, afirmou. “Estamos lutando por isso na discussão do Plano Nacional de Educação, que envolve também uma maior valorização dos nossos professores”, acrescentou.
Quando
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Ícone do trabalhismo pré-golpe de 64 e expoente da luta contra a ditadura e pela redemocratização, Brizola conhece a decadência política nas décadas seguintes ao restabelecimento da democracia.
fonte: jornal O Povo
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