Em seu blog, o jornalista Luís Nassif informa que na segunda-feira, 23/1, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso concedeu uma entrevista ao blog do The Economist. Na terça-feira, 25/1, a entrevista foi reproduzida pelos principais jornais.
Nela, FHC rompe com limitações emocionais, reconcilia-se com sua biografia e ajuda a salvar o que resta do PSDB – rompe politicamente com José Serra, através de um diagnóstico duro: O PSDB perdeu as eleições de 2010 devido a erros primários na campanha. Esses erros foram de responsabilidade exclusiva de José Serra, por seu individualismo, arrogância e pelos conflitos que criou dentro do próprio partido. Aécio Neves é o candidato natural do PSDB nas próximas eleições. Serra não tem possibilidade de vitória.
Vários fatos contribuíram para que FHC revisse definitivamente seu julgamento sobre Serra.
A gota d’água, segundo Nassif, foi o livro de Amaury Ribeiro Jr., “A Privataria Tucana” – um nome inadequado para um livro que revela sinais de corrupção especificamente em Serra, não no partido. A primeira reação de FHC foi vir a público deblaterar contra o livro. Depois, leu o livro. Informações que circularam semanas atrás davam conta de que ficou escandalizado com o que leu.
Na entrevista, FHC unge Aécio Neves como candidato natural do partido e tece elogios ao governador de Pernambuco Eduardo Campos. A grande agonia de Serra foi acompanhar a repercussão nos jornais. Há alguns anos, FHC tornou-se o referencial máximo para os grandes grupos de mídia do eixo Rio-São Paulo. Serra tem boa ascendência, contato com alguns jornalistas influentes, mas o que o segurava era o aval de FHC.
O livro “A Privataria Tucana” demoliu as últimas defesas de Serra. Pelos documentos apresentados, reconstitui-se sua trajetória nas privatizações. Para fora do governo, fazia um discurso aparentemente crítico à privatização desvariada. Para dentro, era o encarregado da privatização e seu defensor mais acerbo. Tempos atrás, o próprio FHC afirmou que Serra foi o mais radical defensor da privatização da Vale.
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