segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
Servidores ameaçam greve, mas novo aumento só em 2013
A pré-anunciada greve geral do funcionalismo por reajuste salarial, que espera mobilizar até um milhão de trabalhadores e deve ocorrer em abril, parece não assustar o Governo Federal. Em entrevista à Agência Brasil, o secretário de Recursos Humanos, do Ministério do Planejamento, Duvanier Paiva, afirmou que a mobilização é "natural" visto que as classes sindicais unificam um grupo grande de funcionários públicos da União.
De qualquer forma, ciente da importância do nível de relacionamento e diálogo com o funcionalismo e dos prejuízos de uma greve para a população, o Governo criará uma nova secretaria exclusivamente para intermediar os debates com as centrais sindicais.
"Achamos natural. É o papel do sindicato mobilizar mesmo, já esperávamos que acontecesse, todo ano acontece. O que vai evitar o conflito é termos instrumentos adequados para tratar isso e o instrumento mais adequado é a negociação. Estamos preparados para negociar, para ouvir, fazendo o exercício exaustivo do diálogo, para evitar que o conflito chegue ao limite, que é a greve. Temos competência política para chegar a um entendimento com as entidades sindicais dos servidores".
No entanto, as propostas de aumento, caso sejam aceitas, só devem ser concretizadas na folha de pagamento de 2013. "Negociamos em um ano o Orçamento do ano seguinte. As negociações de 2011 foram fechadas em 31 de agosto, o que inclui gastos com pessoal para o exercício seguinte. Gastos com pessoal para 2012 já estão definidos, todas as negociações (a partir de agora) serão para o Orçamento de 2013", disse. Atualmente, o gasto com pessoal custa R$ 7 bilhões mensais das contas federais. "A crise impôs uma medida ainda mais cautelosa. O aperto de cinto tem a ver com a capacidade do País de fazer o que precisa ser feito na medida certa. Precisamos conciliar planejamento da reorganização da força de trabalho, da renovação ao longo do tempo, valorização das carreiras públicas. Em tudo isso, a conta é a mesma, gasto de pessoal, não é só reajuste salarial".
Caso as negociações não cheguem a um entendimento comum, as greves trabalhistas serão tratadas de maneira firme. "Nós respeitamos o direito de greve, mas os sindicatos sabem que esse direito não pode ser exercido ao arrepio de um direito maior que é o direito da sociedade, que não pode sofrer prejuízo irrecuperável em função da greve. Se fizer greve, vai ser cortado o ponto", disse Duvanier.
Como
ENTENDA A NOTÍCIA
A cautela deverá dar o tom das negociações entre Governo Federal e trabalhadores. Não será fácil fazer com que o Palácio do Planalto abra a carteira neste momento de incertezas em relação à crise econômica internacional.
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