quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Classe C apresenta maior nível de endividamento

Dos consumidores inadimplentes no país 47% têm renda familiar entre R$ 906 e R$ 2.200 mensais e compõem a chamada classe C, apontou estudo feito em parceria pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e divulgado nesta quarta-feira.

Outros 33% são da classe B, com renda familiar entre R$ 2.200 e R$ 7 mil mensais. A apenas 2% são da classe A, com renda acima de R$ 7 mil. São considerados inadimplentes consumidores cujas contas estão atrasadas há mais de 90 dias.

A classe D (renda entre R$ 601 e R$ 905) soma 15% dos inadimplentes; a classe E (até R$ 600), 2% do total daqueles que têm contas atrasadas há mais de três meses.

Para realizar o estudo, chamado "Perfil do consumidor com e sem dívidas no Brasil", os pesquisadores da UFMG ouviram 609 pessoas em todo o país com contas em atrasos há mais de 90 dias. A margem de erro é de quatro pontos percentuais.

A pesquisa divulgada pela CNDL também mostra que 22% das pessoas com contas atrasadas acima de 90 dias têm empréstimos contratados no sistema bancário. Entre os adimplentes, cujas contas estão em dia, apenas 9% dos consultados fizeram empréstimos bancários.

Além disso, 17% dos inadimplentes estão usando o "cheque especial" nos bancos. A economista do SPC Brasil, Ana Paula Bastos, informou que isso mostra que essa modalidade "já é considerada parte da renda mensal por uma parte expressiva das pessoas". Entre os adimplentes esse índice cai para 7%.

O percentual é superior entre os inadimplentes também no empréstimo com terceiros (6% do total) do que entre os adimplentes (2%). O movimento inverso é apurado no empréstimo consignado, modalidade utilizada por 8% dos adimplentes e 5% dos inadimplentes.

A economista da CNDL afirmou que os dados mostram que as pessoas com as contas em dia já sabem lidar com o crédito e se endividar sem necessariamente se tornar inadimplentes.

A pesquisa apontou que entre os adimplentes, 59% realizam algum tipo de planejamento financeiro. Esse índice cai a 40% entre os inadimplentes.  


Com informações do Valor Econômico

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