A vitória apertada que garantiu a festa de Elmano de Freitas (PT) e
Roberto Cláudio (PSB) no primeiro turno em Fortaleza abriu margem,
também, para uma interpretação não muito positiva para os dois. Os 25,4%
do petista e os 23,3% de Roberto revelam que, no último domingo, o
fortalezense rejeitou majoritariamente os candidatos vinculados à
Prefeitura e ao Governo do Estado. Somados, o percentual deles não chega
à metade do total de votos válidos.
Das 11 capitais
brasileiras que terão segundo turno, só Fortaleza e Porto Velho vivem
essa situação. No caso rondoniense, o voto também se diluiu bastante e
os adversários Lindomar Garçon (PV) e Mauro Nazif (PSB), que estão no
segundo turno, somaram apenas 43% dos votos. Entre as cidades que
tiveram maioria consolidada, Cuiabá se destaca: os candidatos Mauro
Mendes (PSB) e Lúdio (PT) seguem na disputa com 87% das preferências,
somado o desempenho dos dois.
O curioso, em Fortaleza, é que a
maior parte dos 51,2% de eleitores que disseram “não” a Roberto Cláudio
e Elmano optou por nomes que, há muito tempo, são fortemente
identificados como oposição ao Governo ou à Prefeitura. Um deles é
Heitor Férrer (PDT), que recebeu expressivos 21% dos votos. Embora o PDT
faça parte da base de apoio do governador Cid Gomes (PSB), Heitor é um
dos poucos da Assembleia Legislativa a criticarem a administração
cidista.
Os candidatos Moroni Torgan (DEM) e Renato Roseno
(Psol) – terceiro e quarto colocados no primeiro turno, respectivamente –
também nunca foram de andar grudados às atuais administrações. No
entanto, demonstraram relativa representatividade e conquistaram 13,75% e
11,84% dos votos.
Jornal O Povo
Por Hébely Rebouças
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