Polêmica na AL/CE sobre a comissão de Direitos Humanos

Um dia depois da retirada da indicação do nome de Dra. Silvana (PMDB) para presidir a comissão de Direitos Humanos e Cidadania (CDHC) da Assembleia Legislativa, parlamentares saíram em defesa da deputada, ontem, durante sessão no plenário da Casa.

Os deputados Tomaz Holanda (PPS), Carlos Matos (PSDB), Danniel Oliveira (PMDB), Ely Aguiar (PSDC), Evandro Leitão (PDT) e Audic Mota (PMDB) criticaram a postura da presidência da AL, que desconvidou a deputada após polêmicas em torno de suas opiniões. A indicação de Silvana para a função à frente da CDHC havia causado discussão. Evangélica, a deputada é contra a união homoafetiva e a favor da redução da maioridade penal.

“A senhora foi vítima de preconceito dos que se acusam de sofrer preconceito”, disse o líder do PMDB na AL, o deputado Audic Mota. Segundo ele, que não citou nomes, o partido daria apoio a qualquer decisão da parlamentar, que agora presidirá a comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento do Semiárido.

Para Carlos Matos (PSDB), a “interferência na Casa foi um prejuízo”. O parlamentar, ligado a uma corrente cristã, enfatizou: “Não podemos nos render à ditadura dos direitos humanos”.

Crítica a Ivo

Coube ao 2° vice-presidente da Casa, deputado Danniel Oliveira (PMDB), a missão de rebater, indiretamente, as críticas do deputado licenciado Ivo Gomes (Pros), atual secretário das Cidades, sobre a indicação de Dra. Silvana.

“Lamento as palavras de um membro desta casa. De forma alguma, a senhora é fundamentalista ou homofóbica”, respondeu Oliveira. E completou: “Se há algo a estranhar e lamentar foram as falas ditas à senhora”. Pelo Facebook, Ivo Gomes havia chamado a deputada de “homofóbica e fundamentalista”.

Novo comando

Depois do manifesto assinado por 40 entidades ligadas aos direitos humanos, representantes dos movimentos querem se reunir com a Mesa Diretora para discutir princípios e nomes daqueles que irão compor a CDHC, cuja presidência será ocupada agora por José Ailton Brasil, do PP (leia perfil abaixo). 

Em documento protocolado na AL e entregue aos deputados, os movimentos dizem que a Casa não pode distribuir as presidências de comissões como “moeda de troca” e sem “critério político”. 

Hoje serão nomeados os integrantes de todas as comissões e eleitos os seus presidentes.

 Perfil

O novo indicado pela pela Mesa Diretora da AL para a Comissão de Direitos Humanos e Cidadania é estreante na Assembleia. José Ailton Brasil (PP) é um dos quatro parlamentares representantes da região do Cariri. Formado em Administração de Empresas pela Universidade de Fortaleza (Unifor), é funcionário da Secretaria da Fazenda (Sefaz) há 20 anos. O deputado nasceu no Crato, onde chegou a disputar a Prefeitura do Município, em 2008, como vice-prefeito, tendo sido derrotado nas urnas. À época, chegou a ser apoiado pelo deputado Sineval Roque. A derrota de José Ailton Brasil marcou sua entrada na política da região do Cariri. Em 2014, o deputado foi eleito com pouco mais de 25 mil votos, apoiado por prefeitos e vereadores da região.

Mesmo sem histórico à frente de debates sobre temas relacionados aos direitos humanos, o parlamentar acredita que o perfil sereno e disposto a ouvir o credencia à presidência da CDHC.

jornal O Povo

NOSSA OPINIÃO SOBRE O ASSUNTO:

A POSIÇÃO E OPINIÃO DO deputado Carlos  Matos de "ditadura dos direitos humanos" é simplória, ridícula e sequer merece comentários.

A deputada Dra. Silvana pode até não ser homofóbica, mas chega bem pertinho com suas posições conservadoras, atrasadas e isso, nada tem a ver com a Bíblia. Deus não discrimina ninguém. Mas muitos fundamentalistas religiosos discriminam sim.

O deputado José Ailton Brasil tem perfil sereno, é um democrata, aberto ao diálogo e vai promover debates importantes para a sociedade

As entidades estão certas. Está na hora de acabar com a indicação de deputados para as comissões como "moeda de troca".

A Assembléia Legislativa e os deputados (todos) devem ser mais transparentes como se dá essas indicações.

Ademais, bom trabalho a todos os deputados.