Vinte dias depois da abertura do processo de impeachment pelo
Senado, a presidente afastada Dilma Rousseff deverá entregar amanhã a
sua defesa das acusações de que cometeu crime de responsabilidade ao
praticar as chamadas "pedaladas fiscais" e ao editar seis decretos de crédito
suplementar sem autorização do Congresso.
No documento, a defesa de Dilma deve alegar que os atos não configuram
crime de responsabilidade e que o processo de impeachment tem "vícios de
origem" porque teria sido aberto por "vingança" pelo presidente afastado da
Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Na quinta-feira (2), a comissão especial do impeachment se reúne para
discutir o cronograma de atividades do colegiado nesta etapa do processo -
chamada de pronúncia -, na qual os parlamentares decidem se a denúncia
contra Dilma é ou não procedente e se deve ou não ser levada a julgamento final.
Na semana passada, o relator do caso, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), apresentou uma proposta de cronograma
em que o Senado decidiria se vai ou não levar o processo a julgamento entre os dias 1º e 2 de agosto.
No entanto, parlamentares que apoiam Dilma Rousseff consideram que o prazo de trabalhos desta segunda etapa da comissão
está curto.
Na última quarta-feira (25), Dilma afirmou que usará em sua defesa, durante a apreciação do processo de impeachment pelo
Senado, as gravações divulgadas nos últimos dias que revelaram conversa entre o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o expresidente
da Transpetro Sérgio Machado. A petista disse que depois da divulgação da gravação "tornou-se indiscutível a
ilegalidade deste processo".
No áudio, Jucá diz que é preciso "conter a sangria", numa referência a iniciativas para parar a Operação Lava-Jato. Assim como
na etapa anterior, de admissibilidade, o responsável por defender Dilma será o ex-ministro da Advocacia-Geral da União (AGU),
José Eduardo Cardozo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário