Detentora da quarta
maior exposição
agropecuária do
Brasil, a (Expocrato), nas
últimas décadas a região
do Cariri perdendo espaço
na escala de produção de
leite bovino no estado. Um
dos principais fatores está
associado a ausência de
tecnologia, principalmente
para os pequenos produtores
que, em sua maioria,
têm abandonado a atividade.
Alguns criadores expõem
que outro agravante
é a indefinição sobre a real
vocação da região, se é propícia
para corte ou produção de leite.
Um agropecuarista que
não quis se identificar contou
que a falta de assistência
técnica, de controle leiteiro
e de um manejo correto
associados com a baixa
utilização de inseminação
artificial, o alto custo dos
reprodutores e de medicamentos
são algumas das razões
responsáveis pela baixa
produtividade do rebanho
leiteiro.
Segundo ele, os animais
são mantidos em pastagens
continuas sem reposição
de nutrientes e a falta
de chuvas provoca menor
produção das forrageiras
resultando na baixa cultura
de leite.
Já para o pecuarista cratense
Yarlei Brito, o Cariri
está mais vocacionado para
a produção de leite, contando
o exemplo dos criadores
de Porteiras e Brejo Santo,
que são os dois municípios
com maior produtividade
leiteira da região, onde os
pecuaristas têm a melhor
média de produção por
hectare e estão dentro dos
padrões nacionais. Em sua
opinião o produtor de leite
bovino do Cariri precisa ter
acesso a tecnologias a custos
baixos para que possa se fortalecer
e enfrentar as complexidades
do mercado.
O Crato tem a maior área
rural do Cariri e possui um
rebanho de 24 mil cabeças
de gado. Doze mil são fêmeas,
e dessas, somente seis mil
são lactantes e a outra metade
são novilhas solteiras.
“O rebanho leiteiro no
município produz em mé-
dia oito mil litros por dia.
Essa produção poderia ser,
dobrada, caso houvesse garantias
tecnológicas, principalmente
do ponto de vista
alimentar dos animais”. A
declaração é de Raimundo
Cisnando Vieira, especialista
em nutrição animal.
Ele conta que a produção de
cada animal é determinada
pela sua genética e ambiente.
Se for alimentado em demasia
não produzirá mais
leite do que sua capacidade
permite, daí a necessidade
de uma alimentação balanceada,
revela o especialista.
Para o secretário de Desenvolvimento
Agrário do
Ceará, Dedé Teixeira, a bacia
leiteira do Cariri precisa
ser incentivada com o
melhoramento do rebanho,
apoio das prefeituras, órgãos
ligados a agropecuária,
adesão aos projetos governamentais
e linhas de crédito específicas para o setor.
Todas essas medidas, disse
ele, estão sendo pensadas
pela SDA e que nos próximos
meses vai ser feita uma
força tarefa na região na
tentativa de ouvir o setor e
daí a implementação do que
for necessário para deixar a
região em igualdade ao Sertão
Central e Vale do Jaguaribe
que são as duas maiores
bacias leiteiras do estado.
Conforme Dedé Teixeira,
o Instituto Agropolos está
enviando ao Cariri alguns
técnicos para desenvolver
planos e negócios na área
de produção de lacticínios
financiados pelo projeto São
José, explorando a estrutura
logística que a região já
dispõe e que, somando aos
esforços dos governos estadual
e municipais, institui-
ções de classe que defendem
os interesses setoriais e as
associações de criadores,
juntamente com os agropecuaristas,
a região vai ter em
curto prazo uma das maiores
bacias leiteiras do estado
do Ceará, garante o secretário Dedé Teixeira.
- Jornal do Cariri
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