terça-feira, 13 de julho de 2010

Dificuldades de hospitais no interior cearense



Os hospitais filantrópicos localizados no Interior do Estado sofrem por conta das dificuldades financeiras e lotação, o que acaba comprometendo o atendimento aos doentes. O neurocirurgião e diretor administrativo da Santa Casa de Misericórdia de Sobral, João Martins, adianta que a situação financeira deste hospital está bem difícil.

"Todos os hospitais filantrópicos, onde a sua maior demanda provem do Sistema Único Saúde (SUS), estão passando por dificuldades financeiras. E, nos últimos anos, a gente tem assistido ao fechamento de várias instituições filantrópicas em todo o Brasil, em particular no Ceará, por conta disso", disse Martins, acrescentando que o repasse do SUS chega a R$ 3,3 milhões.

CARIRI
Unidade no Crato funciona no limite

Crato. O Hospital e Maternidade São Francisco do Crato está funcionando no limite de sua capacidade. Apesar de não haver endividamento, a unidade também não apresenta lucros. Os investimentos tecnológicos e de infraestrutura estão sendo feitos pelo escritório central da Sociedade Beneficente São Camilo, que mantém uma rede de 47 hospitais no Brasil, 12 deles no Norte e Nordeste e cinco somente no Ceará.

De acordo com informações do diretor Administrativo do Hospital São Francisco, Kalebe de Souza Silva, 75% dos recursos para a manutenção do hospital vem do Sistema Único de Saúde (SUS), enquanto 25% são de convênios. O repasse do Governo Federal gira em torno de R$ 300 mil por mês.

Leitos

Com estes recursos, a direção do hospital mantém 130 leitos, 45 médicos, 294 funcionários, 900 internações e 7.200 atendimentos de urgência. Além do Crato, uma cidade com 130 mil habitantes, são atendidos mais 12 municípios da região. Somente para plantões médicos são destinados R$ 190 mil.

Com a nova administração, o hospital abre as portas para médicos das mais diversas especialidades, com o objetivo de manter a tradição do Crato de cidade polo de atendimento no setor de saúde. Aos poucos, o São Francisco está sendo ampliado. Este ano, foi inaugurada a reforma da maternidade.

O Hospital São Francisco de Assis, idealizado pelo primeiro bispo diocesano, dom Quintino Rodrigues de Oliveira e Silva, foi fundado em 23 de dezembro de 1936 e seu principal objetivo era suprir a total carência médico-hospitalar em toda região sul do Estado do Ceará e, principalmente, dar assistência e controlar uma grave epidemia da peste bubônica que, na mesma ocasião, atingiu centenas de pessoas na região.

Equilíbrio

A maior unidade de saúde de referência da região, o Hospital e Maternidade São Vicente de Paulo, localizado em Barbalha, não tem do que reclamar. O diretor administrativo, Antonio Ernani, ressalta que as finanças estão equilibradas. Não há endividamento. Os recursos do Sistema Único de Saúde, cerca de R$ 1 milhão por mês, estão sendo repassados regularmente.

Com 200 leitos, 157 médicos e 560 funcionários, o Hospital e Maternidade São Vicente de Paulo é referência para atendimento de pacientes de 45 cidades de cinco microrregiões de saúde e recebendo clientes de mais de 60 cidades por demanda espontânea.

É a única Oncologia da metade Sul do Ceará. No ano de 2009, fez uma média de 32.932 atendimentos por mês, sendo uma referência regional de saúde hospitalar, a ponto de haver atraído, para Barbalha, a Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC).

Anote: o texto acima foi publicado hoje no Diário do Nordeste e retrata a situação dos hospitais em cidades importantes do Ceará.

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