terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Contraf-CUT cobra outro modelo de Banco Postal do Banco do Brasil

A Contraf-CUT cobrou na segunda-feira (2/1) outro modelo de Banco Postal no primeiro dia em que o Banco do Brasil assumiu a prestação de serviços financeiros nas agências dos Correios, em todo País. O espaço era anteriormente ocupado pelo Bradesco, desde 2002. O Banco Postal é um dos 160 mil correspondentes em todo o território nacional.

“Não somos contra o Banco Postal, mas defendemos outro modelo, bem diferente do que foi implantado pelo Bradesco, que se pautou pela precarização do trabalho, terceirização e insegurança, na lógica do lucro cada vez maior”, afirma o secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr.

“Queremos ver o Banco Postal como fator de inclusão bancária, com serviços exercidos por bancários, com assistência financeira aos clientes, com segurança e com proteção ao sigilo bancário”, explica o dirigente sindical. “O BB, que vive pregando a responsabilidade socioambiental, tem a oportunidade de oferecer um novo modelo com qualidade de atendimento para a população”, aponta.

Inclusão sem precarização – A Contraf-CUT não defende o fim dos correspondentes, mas a sua transformação em pequenas agências e postos de atendimento. Aliás, o Bradesco, depois que perdeu o leilão para o BB, abriu mais de 1.000 agências e 799 postos no ano passado, o que prova a viabilidade econômica de instalação de unidades com bancários e segurança.

“Defendemos a inclusão bancária sem precarização e, para tanto, propomos que os serviços prestados pelo Banco Postal sejam feitos por bancários. Os trabalhadores dos Correios possuem outras funções e não devem executar tarefas estranhas a sua rotina de trabalho”, salienta.

Além disso, os próprios clientes saem perdendo quando não usufruem de um serviço financeiro executado por bancários. Em 2011, as agências dos Correios sofreram pelo menos 65 assaltos em 44 cidades na Paraíba. O número é 22% maior em relação à quantidade de ações criminosas registradas no ano anterior, um total de 53. “Vários municípios estão discutindo a aprovação de leis para a instalação de equipamentos de segurança para proteger a vida de trabalhadores e clientes”, frisa Ademir.

Ademir aponta mais um agravante. “A terceirização do atendimento via agências dos Correios, no melhor estilo da ganância de ampliar a rentabilidade como qualquer outro banco privado, não combina com a missão do BB como banco público”, alerta. “O papel do BB é atender as necessidades financeiras da sociedade, oferecendo crédito acessível e barato, e garantindo inclusão bancária com qualidade, segurança e sigilo protegido”, observa.

Clientes – Os clientes que tinham conta aberta pelo Banco Postal continuarão sendo correntistas do Bradesco. Os aposentados e pensionistas do INSS que recebiam o benefício no Banco Postal também continuarão sendo atendidos nas agências e demais postos de atendimento do Bradesco. Os beneficiários do INSS que tiverem dúvidas podem procurar uma agência do Bradesco ou dos Correios, bem como ligar para 135 (Central do INSS) ou 0800 724 8388 (Central do Bradesco).

O cliente que preferir migrar para o BB, deve fazer um cadastro em qualquer agência do banco ou na internet (www.bb.com.br). Após o preenchimento do formulário e da análise dos dados, ele receberá uma correspondência com orientações detalhadas para a migração da conta. Os Correios afirmaram que os interessados em utilizar a estrutura da empresa para operações bancárias agora deverão se tornar correntistas do Banco do Brasil.

O contrato com o BB é de cinco anos e seis meses, prorrogável por mais cinco anos. “A prestação de serviços por trabalhadores com menos direitos e sujeitos a mais insegurança é algo que não podemos admitir”, ressalta Ernesto. “Um outro Banco Postal é possível”, conclui Ademir.

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