sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Os mais ricos do Ceará

Quem conhece um milionário? No Ceará, fortunas acima de R$ 50 milhões estão nas mãos de 1.309 pessoas. O estado ocupa a 13ª posição em quantidade de ricos entre o resto do País. Em primeiro lugar fica São Paulo com 63.398 milionários e em segundo, Rio de Janeiro com 20.727, conforme dados de um mapa divulgado no site da revista Exame, a partir de pesquisa do Haliwell Bank.

O volume, no entanto, não é tão animador. É que quase a metade da população (48%) do Ceará está enquadrada na classe E (pessoas que têm renda familiar abaixo de 1,8 salários mínimos), de acordo com dados repassados pelo pesquisador do Laboratório de Estudos da Pobreza (LEP), Carlos Manso. Segundo ele, a quantidade de milionários reforça a grande concentração de renda do País.

“Tem havido uma redução da desigualdade, é um movimento que se dá pela participação da classe C no Brasil. E, no Ceará, classe D também. Mas ainda somos um estado com muita pobreza. A classe AB representa 4% de toda a população do Ceará”, afirma Manso.

Outra ponderação é a “migração” de uma classe para a outra, lembra o pesquisador. Ele diz que atualmente houve uma mobilidade social das pessoas da classe E para a D e da D para a C. Mas a classe AB continua mantendo o status desde 1995. Motivos: inclusão no mercado de trabalho e valorização do salário mínimo.

Manso também considera que o Ceará deveria, no mínimo, produzir 4,7% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional pelo fato da população cearense representar essa porcentagem no País. No entanto, atualmente está em 2%, lembra Manso.

Renda

Na avaliação do professor da UECE, economista e consultor Lauro Chaves Neto, o Brasil e o Ceará têm renda per capita “muito baixa” para padrão internacional.

“O Ceará ainda é pior porque é menos da metade da renda per capita brasileira. Além da renda ser baixa, o Ceará possui grande desigualdade social”. Ele pontua como uma das causas, o fato de o estado ter apenas até 3% da população com padrão de vida educacional e de lazer em nível europeu/americano. “Mesmo assim isso é importante, eleva o poder de consumo e empreendedorismo. Mas mais importante ainda é promover a redução dos desequilíbrios com educação”, exemplifica.

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