sábado, 7 de fevereiro de 2015

Trânsito em Barbalha é o segundo mais violento com mortes no País


Um estudo divulgado na última semana traz o município como um dos mais violentos no trânsito de todo o País. Esta cidade apareceu como a segunda cidade do Brasil com o trânsito mais letal, com 194,4 mortes por 100 mil habitantes, conforme o relatório "O Retrato da Segurança Viária 2014", que traça a situação da segurança do trânsito no Brasil. Barbalha ficou em 2º lugar entre as cidades com mais de 20 mil habitantes onde mais se morre vítima de trânsito no Brasil.
A pesquisa traz o município com destaque negativo, mas as autoridades contestam a forma de análise e esclarecem que os dados estatísticos são mal avaliados. Para o especialista em trânsito na região, Edilson Marques, os números não são reais e representam as mortes que são registradas em vários municípios da região do Cariri, inclusive acidentes que ocorrem em municípios de outros Estados e que Barbalha, por ser um polo de atendimento hospitalar, acaba recebendo esses pacientes que terminam morrendo nos leitos de seus hospitais, tendo o óbito registrado no município.
Dados
As pesquisas são feitas com base em dados oficiais, levando em consideração muitas vezes apenas onde a pessoa acidentada morreu. Porém "a maioria dos pacientes que dá entrada nos hospitais locais por conta de acidentes de trânsito e acabam morrendo, não sofreram o acidente no município", explica.
Ele revela que outros municípios do Cariri, como Juazeiro e Crato, registram mais acidentes de trânsito que Barbalha, considerando terem uma maior frota, consequentemente um maior fluxo de veículos. Barbalha seria, dos três municípios do Crajubar, os mais tranquilo", afirma.
O dado preocupante, segundo Edilson Marques é que antes a maioria dos acidentes de maior gravidade ocorria nas rodovias e hoje, dadas as condições melhores de pavimentação das ruas, as estatísticas de acidentes graves dentro dos municípios também têm crescido e se devem à imprudência e negligência dos condutores. De acordo com os dados da pesquisa, uma das justificativas dessas cidades menores que se destacam com alto índice da população com motos, é que são cruzadas por rodovias e têm pouca infraestrutura de trânsito e serviço hospitalar. A interferência das rodovias nestas cidades e a falta de atendimento pré-hospitalar, além do próprio hospital municipal, que não tem estrutura para receber essas vítimas, as tornam mais letais, o que também não é o caso de Barbalha, que acaba recebendo um grande número de acidentados por ser referência hospitalar na região.
Os dados apontam, ainda, que entre 2001 e 2012, todas as regiões do Brasil tiveram aumento nos índices de mortes no trânsito. No Nordeste, o índice quase dobrou, saltando de 13,7 óbitos por 100 mil para 25,1.
Diário do Nordeste

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