quarta-feira, 23 de abril de 2008

AS "ARMAS QUÍMICAS E BIOLÓGICAS" NO BRASIL

Por Laerte Braga
20 de abril de 2008

É no mínimo instigante que o general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, comandante militar da Amazônia (comando subordinado a Washington) tenha chamado para alertar os brasileiros sobre riscos para a soberania nacional e a integridade do território brasileiro exatamente militares e empresários ligados a grupos estrangeiros, no caso os integrantes do reino FIESP/DASLU, falo da demarcação de terras indígenas.

Como é curioso que o general não tenha dito uma única palavra a respeito do desmembramento de parte do território brasileiro entregue à VALE, esse sim, caso flagrante de atentado contra a soberania e a integridade nacionais.

Paulo Henrique Amorim alerta para o noticiário da mídia sobre a extradição de Salvatore Cacciolla, banqueiro (por si só é sinônimo de bandido), mas ao invés de destacar o feito da diplomacia brasileira, alega que o ministro Tarso Genro que foi cuidar do caso em Mônaco, não tenha conseguido trazer o criminoso, em missão "fracassada" .

Abrem espaços para a defesa de Cacciolla.

Há sinais de pânico no mundo tucano, nos ex-ministros do governo FHC e no próprio, com receio que Cacciolla, caso venha a ser de fato extraditado, conte tudo se não tiver cobertura e outro hábeas corpus concedido pelo ministro Marco Aurélio Mello, seu vizinho e amigo, ensejando outra fuga.

Cacciolla sabe tudo da tal operação que salvou bancos da falência com dinheiro público e enriqueceu os filhos do "pobre" ministro Mendonça de Barros, aquele que levou uma grana da telefônica da Espanha e foi posto para correr pelo ministro Malan, principal funcionário dos EUA no governo de FHC. Mendonça de Barros contrariava interesses dos grupos que Malan representava. Briga de quadrilhas.

A nota de militares protestando contra a demarcação de terras indígenas deveria ser complementada com os arquivos da ditadura militar. Dos seqüestros, assassinatos, torturas, da participação na Operação Condor (que matou líderes da América Latina contrários aos EUA). Das barbáries cometidas no caso da guerrilha do Araguaia.

Da corrupção nas figuras de Roberto Campos, Delfim Neto e outros, que de fato comandavam a ditadura (militares eram os policiais dos donos do Brasil e parecem querer continuarem a sê-los).

Nem uma palavra sobre as reais intenções da fala do general Heleno. Reforçar posições dos EUA para golpes contra o governo Chávez na Venezuela. A integridade e a soberania nacionais são planejadas em Washington.

Falar de soberania nacional e integridade do território brasileiro para o pessoal da FIESP/DASLU? Ou o general estava com malária, ou então acha que debaixo da cama de Lula existem armas químicas e biológicas prontas a destruir o mundo.

O processo político marcha para transformar a América do Sul num grande Oriente Médio em função de interesses dos EUA e o Brasil é chave nessa conversa toda, ainda mais montado em bilhões de barris de petróleo.

O general Heleno, isso na melhor das hipóteses, tem vaga assegurada no CASSETA E PLANETA (o programa de humor mais chato do mundo) quando passar para a reserva, isso se não for ocupar o lugar de Arnaldo Jabor, projeto fracassado de Paulo Francis (Francis era inteligente, educado e culto). Reforçar as tropas do "general" William Bonner.

É a reação ao projeto de integrar os países da América do Sul e sair do jugo de Washington. Não agrada nem um pouco a boa parte dos militares que cumprem o papel de polícia dos EUA em nossos países.

Defender riquezas nacionais para empresários paulistas e da FIESP/DASLU? O general acha que todo mundo é trouxa e vai cair nessa história de armas químicas e biológicas.

A nota de "solidariedade" ao general veio da Transilvânia, diretamente da Operação Condor, dos dráculas que vagam sem saber o que fazer "há soldados armados e amados, todos eles perdidos de armas às mãos, nos quartéis lhes ensinam a antiga lição de morrer pela pátria e viver sem razão", em depressão profunda com as teias de aranha nas câmaras de torturas e assassinatos.

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