domingo, 27 de abril de 2008

Prefeituras vão criar memorial de frei Damião

Um projeto turístico religioso em torno da memória de frei Damião de Bozzano. O planejamento está sendo feito pela Prefeitura de Araripe que contará com o apoio da Prefeitura de Potengi. As duas cidades ficam na região do Cariri e por elas o religioso, morto em maio de 1997, passava constantemente durante as suas missões no Nordeste. A exemplo do que existe em Guarabira (PB), a idéia é criar um memorial de frei Damião com pesquisas, estudos e objetos que ele utilizou quando esteve no Cariri.

"Frei Damião conviveu com as pessoas pobres. Ele é muito querido e desperta a devoção do povo", diz o prefeito Humberto Menezes, de Araripe. Na cidade existe, no morro da Cruz do Monte, uma estátua em homenagem ao frade capuchinho e uma casa de ex-votos, onde as pessoas que vão pagar promessas deixam objetos que lembram seus pedidos atendidos como peças de roupas, braços, pernas, cabeças feitas de gesso ou esculpidas em madeira.

O padre Raimundo Araújo, pároco da matriz de Santo Antônio, em Araripe, reserva o quarto onde frei Damião ficava nas suas andanças pela região. Ali são guardados alguns objetos pessoais, vestimentas sacerdotais e o que ele utilizava para as celebrações. "A romaria no dia 5 de novembro é muito grande. Vem gente de vários estados do País. É feriado na cidade", informa o padre.

A prefeitura já tem um projeto de urbanização do morro da Cruz do Monte que inclui uma praça, restaurante, calçamento e toda a infra-estrutura para receber os devotos. O projeto terá recursos federais através do Ministério da Cultura. A família de frei Damião, que vive na Itália, foi comunicada sobre o memorial e se comprometeu, segundo o prefeito, a enviar um acervo sobre a vida do frade capuchinho. (Colaborou Amaury Alencar).


SAIBA MAIS

Em dezembro de 2004, foi inaugurado o Santuário de frei Damião, em Guarabira (PB), a 98 quilômetros de João Pessoa. Trata-se de um projeto arquitetônico com um museu e uma estátua, em homenagem ao frade capuchinho. O santuário, projetado pelo arquiteto Alexandre Azedo, foi arquitetado pela Diocese de Guarabira. Tornou-se um santuário através de um decreto emitido pelo então administrador apostólico dom Jaime Vieira em 2007.

Ali, a principal atração é a estátua do frei Damião que tem cerca de 34 metros de altura e pode ser vista de qualquer ponto da cidade. Do alto da Serra da Jurema, é possível ver toda a cidade, e algumas cidades próximas situadas num raio de 50 quilômetros.

Além do museu, montado com a consultoria da Fundação Joaquim Nabuco, existem a casa de ex-votos, praça de celebração, capela e Via Sacra. Os dois acessos ao Santuário são pavimentados e iluminados. Ao longo do percurso, é possível ver todas as estações da Via Crucis, fruto do trabalho de artesões locais, além do Cruzeiro, que foi erguido bem antes do Memorial, na década de 60.

Frei Damião de Bozzano, batizado Pio Giannotti, foi um frade italiano radicado no Brasil. Nasceu em Bozzano, na Itália, em 5 de novembro de 1898 e morreu em Recife no dia 31 de maio de 1997. O frade capuchinho, ordenado sacerdote em 5 de agosto de 1931, veio para o Brasil no início da década de 1930, sendo venerado por fiéis, principalmente nordestinos.

Acompanhado por multidões por onde passava, nunca abandonou suas caminhadas e romarias pelas localidades. Ele levava sempre um terço e um crucifixo. Ele sempre fazia as peregrinações com o seu devotado amigo frei Fernando. Só parou poucos meses antes de morrer, devido ao agravamento de seu problema na coluna vertebral, fruto da má postura de toda a vida. Seu corpo está sepultado no Convento de São Felix, da Ordem dos Capuchinhos, em Recife (PE).
Jornal O Povo

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