Relatório da Polícia Federal desta vez foi enfático com relação à participação do deputado Paulinho da Silva em um esquema de corrupção. Veja na íntegra matéria publicada hoje no jornal O Povo.
"Com relação às autoridades, deputado Paulo Pereira da Silva e prefeito Alberto P. Mourão, ficou clara a participação destes na organização criminosa", afirma o relatório 11 da Polícia Federal sobre suposto desvio de verbas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). É a primeira vez que a PF aponta com tanta convicção e ênfase o envolvimento de Paulinho.
O relatório 11 são 124 páginas de análise do caso BNDES, robustecido de um dossiê com 55 documentos bancários e contábeis, mais cópias de cheques, notas fiscais e planilhas eletrônicas que a Operação Santa Tereza recolheu. Em toda a sua extensão, o documento faz referências taxativas a Paulinho. Na página 17 ele é acusado de ter sido beneficiado com R$ 82.162,93 que teriam sido oriundos da partilha de dinheiro que o banco emprestou à Prefeitura de Praia Grande, gestão Alberto Mourão (PSDB).
O relatório 11 dedica um capítulo inteiro ao pedetista, sob o título "Das diligências-Brasília", tarefa executada pelos agentes entre os dias 25 e 26 de fevereiro - nessa etapa, o pedetista foi seguido e filmado dentro do plenário da Câmara, território sagrado dos deputados.
A PF mantinha sob vigilância o lobista João Pedro de Moura, amigo e aliado de Paulinho, e a quem é atribuído papel de mentor do golpe - o que ele nega. Os agentes espionaram Moura pelos corredores da Câmara, até o salão verde. Página 63 do relatório: "No interior do plenário, na área destinada ao café (restrita a parlamentar), João Pedro foi visto às 19h20 em uma mesa, acompanhado por três pessoas, onde, às 19h30, abriu seu notebook, modelo Sony Vaio, cor preta. Saiu do plenário às 20h03, acompanhado do deputado Paulo Pereira da Silva."
A planilha identifica Paulinho pelas letras PA. No início da investigação, os federais sustentavam que PA era "possivelmente" o deputado. Agora, são categóricos quando afirmam em caráter oficial que PA é o parlamentar, a quem chamam de "vulgo Paulinho da Força".
O advogado de Paulinho, Antonio Rosella, rechaça as acusações da PF e as classifica de "absurdas". Mariz de Oliveira, advogado do prefeito de Praia Grande, afirma que ele não tem ligação com desvio de verbas.
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