quinta-feira, 11 de agosto de 2011

MODO TUCANO DE (DES) GOVERNAR

O Ministério Público entrou anteontem na Justiça com ação civil pública contra os envolvidos no suposto esquema de fraude na merenda escolar em Pindamonhangaba (140 km da capital), cidade natal do governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Foram denunciadas 19 pessoas, incluindo o prefeito João Antônio Salgado Ribeiro (PPS) e o cunhado de Alckmin, Paulo César Ribeiro.

Na investigação, Paulo César era apontado como responsável por direcionar a contratação da empresa Verdurama, que fornecia merenda. A Verdurama, suspeita de ser pivô do esquema, também foi denunciada na ação.

Paulo César é irmão da primeira-dama Lu Alckmin. O envolvimento dele no caso foi revelado pela Folha, em dezembro do ano passado.

A Verdurama ganhou, em 2006, uma concorrência de R$ 6,8 milhões para fornecimento de merenda. O caso era investigado desde 2007 pelo Ministério Público.

Constam ainda na ação Lucas Ribeiro, sobrinho de Lu Alckmin, Marcelo dos Santos, ex-diretor de licitações, e Silvio Serrano, ex-secretário de Finanças.

Outras duas investigações envolvendo a Prefeitura de Pindamonhangaba estão em andamento no Ministério Público. Uma delas, criminal, também é sobre o caso da merenda escolar.

Há ainda uma investigação que apura suposta fraude na contratação da Sisp, empresa de informática que tem contrato de R$ 774 mil com a prefeitura.

Paulo César também aparece nesse segundo inquérito como suspeito de tráfico de influência para favorecer a empresa. Em depoimento prestado nesta semana ao Ministério Público, ele negou ter vínculos com a empresa.

OUTRO LADO

A Folha contatou o gabinete do prefeito ontem à noite, mas não obteve retorno até a conclusão desta edição.

A prefeitura já negou irregularidades anteriormente, afirmando que não houve queda na qualidade da merenda após o contrato da Verdurama: "A merenda é um diferencial na cidade".

O advogado de Paulo César, Gustavo Badaró, disse em outras ocasiões que seu cliente nunca intercedeu em licitações. Ele não foi localizado ontem à noite.

A empresa, que não teve nenhum representante localizado ontem, já disse anteriormente não usar intermediários na gestão de seus contratos.

Os responsáveis pela Verdurama negaram conhecer Paulo César e criticaram a ação do Ministério Público.

fonte: folha

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