segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

São Paulo retém fósseis apreendidos

 Fósseis de grande valor científico apreendidos em operação da Polícia Federal com quadrilha de traficantes há mais de dois anos, ainda se encontram em poder da Universidade de São Paulo (USP) e outra parte em almoxarifado da Polícia Federal, em Juazeiro do Norte. A Justiça Federal, em São Paulo, onde se encontra o processo, apesar de ter acenado positivamente para a devolução das peças, não remeteu nenhuma delas ao museu do Cariri.
Estudiosos da área já encaminharam pedido formal a São Paulo para reaver as peças, repassadas para a salvaguarda da universidade paulista pela Justiça. O pedido foi feito por meio da Universidade Regional do Cariri (Urca), da qual faz arte o Museu de Paleontologia, que detém uma das maiores coleções de fósseis do período Cretáceo do mundo. São cerca de 3 mil peças, ao todo. A quadrilha presa reunia 13 pessoas. O grupo agia na região e estava transportando o material que teria como destino um museu dos Estados Unidos e coleções particulares.
Após a solicitação formal, no segundo semestre do ano passado, por meio da universidade - que alega as condições favoráveis de salvaguarda do material, além da presença de estudiosos da área na região e a presença do Geopark Araripe, a Justiça Federal, mesmo acenando para a possibilidade de enviar o material de volta ao Cariri, os pesquisadores ainda não têm uma definição de quanto ocorrerá esta decisão.
Segundo o professor e pesquisador da Urca, Álamo Feitosa, todos os aspectos relacionados à importância desse material retirado da Bacia Sedimentar do Araripe foram enfatizados. Ele afirma não compreender o motivo de as peças terem sido encaminhadas para a USP até hoje, com as possibilidades de estudo presentes no Cariri e a presença de projetos como o Geopark Araripe, reconhecido internacionalmente. Ainda conforme o professor, foram expostas as razões do retorno do material, além dos trabalhos de pesquisa que vêm sendo desenvolvidos na região.

 Diário do Nordeste

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