Mais de 130 cidades cearenses teriam aderido a paralisação organizada pela Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece). A informação é do presidente em exercício da entidade, Evanildo Simão (PT), prefeito de Mauriti. "Várias cidades estratégicas aderiram a este protesto", diz, citando municípios como Crato, Quixadá e Iguatu. Entretanto, de acordo com a assessoria de imprensa da entidade, até o momento, a adesão é de 120 municípios. Nas cidades que participam da paralisação, apenas serviços essenciais, como emergências de hospitais, estão funcionando.
Na Região Metropolitana do Cariri apenas três municípios aderiram à paralisação. Jardim, Nova Olinda e Santana do Cariri. Apesar de constar na lista da Aprece como município a aderir à paralisação, Barbalha não paralisou.
A paralisação desta sexta é organizada com o objetivo de reivindicar, segundo a Aprece, uma rediscussão da divisão dos recursos da Federação. Os prefeitos cearenses dizem enfrentar crise em seus municípios devido a queda da quantidade de programas federais, e redução dos recursos, principalmente do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). "O movimento de hoje não é contra nenhum ente federado, mas pela abertura de diálogo de um novo pacto federativo", diz Simão.
Entretanto, em carta divulgada no site da Aprece, Simão é mais duro. "A gestão municipal está chegando à inviabilidade, tendo em vista o agravamento dos problemas por inúmeros fatores, a exemplo de promessas assumidas e não cumpridas pelos Executivos estadual e federal", fala.
Em Iguatu, o prefeito Aderilo Caldeira (PRB),em coletiva de imprensa, declarou que os municípios não tem condição de arcar com os custos da máquina pública. "Se São Paulo não pode ser administrada sem um pacto com os governos estadual e federal, o que dizer de Iguatu?", questiona. De acordo com ele, a reunião que a presidente Dilma Rousseff (PT) teve com governadores na quinta-feira, 30, e anunciou que não haveria com ampliar repasses, deixou os prefeitos angustiados.
Durante a tarde, a expectativa é que os prefeitos-manifestantes visitem as Câmara Municipais em busca de apoio dos Legislativos de cada cidade.
Jornal O Povo
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