O deputado federal Chico Lopes apresentou, nesta semana, requerimento na Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara Federal, da qual é vice-presidente, solicitando a criação de uma Subcomissão Especial para tratar do aumento abusivo das tarifas e taxas bancárias, em especial as aplicadas nos últimos 3 anos. “A criação da Subcomissão Especial justifica-se em função de sua responsabilidade permanente em esclarecer aos consumidores seus direitos e coibir as cobranças de juros abusivos”, defende.
Com dados da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), o parlamentar ratifica que as tarifas cobradas pelos maiores bancos do País, em 2013, 2014 e 2015 cresceram até 169% em relação a janeiro de 2013. “O percentual é equivalente a 8,6 vezes superior ao valor da inflação do período (19,63%) e contribui para o maior endividamento dos cidadãos. São custos como esses, que somados ao uso incorreto do cartão de crédito, levam o brasileiro ao aperto financeiro”, critica.
Chico Lopes destaca o levantamento realizado pela Proteste, que comparou as tarifas das cestas disponíveis e informadas nas tabelas de tarifas das próprias instituições bancárias. “O maior aumento encontrado foi na cesta Exclusive Fácil (antiga Conta Fácil Bradesco Super) do banco Bradesco, que em 2013 custava R$ 23,00 mensais, em 2014 R$ 27,40 e agora no mês de outubro, passará para R$ 61,90 por mês. Se levarmos em consideração ao longo do ano, o custo anual de R$ 742,80, isso significa R$ 466,80 a mais por ano do que em 2013”, contabiliza.
Foram avaliadas as tarifas do Banco do Brasil, Banrisul, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Citibank, HSBC, Itaú e Santander. “É importante ficar atento, pois os bancos têm obrigação de divulgar o valor de todas as tarifas e taxas cobradas, além de deixar claro quais serviços estão inclusos nos pacotes oferecidos”, alerta.
Saiba mais
Estudo realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) sobre o desempenho dos bancos em 2014 aponta que setor registrou crescimento de 18,5% em seus lucros, com montante de R$ 60,3 bilhões.
O maior lucro foi verificado no banco Itaú, com mais de R$ 20 bilhões, seguido pelo Bradesco, com de mais de R$ 15 bilhões. O Banco do Brasil registrou lucro da ordem de R$ 11 bilhões e a Caixa Econômica, R$ 7,1 bilhões. O Santander ficou com R$ 5,9 bilhões. Os bancos têm, hoje, quase R$ 5,3 trilhões em ativos totais e um patrimônio total da ordem de R$ 370 bilhões.
Em dezembro do ano passado, o total de ativos dos cinco maiores bancos do país atingiu o expressivo montante de R$ 60,3 bilhões, com evolução de 14,4% em 12 meses. Há o registro ainda de que o patrimônio líquido dessas instituições cresceu 18,4% no período, atingindo R$ 370 bilhões.
O levantamento do Dieese alerta ainda que, com o objetivo de melhorar o Índice de Eficiência, frente ao quadro econômico nacional e internacional, os grandes bancos privados fizeram uso do expediente de corte das despesas com pessoal, por meio da redução de postos de trabalho, e aumento das receitas com tarifas bancárias.
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