Os vereadores da Câmara de Juazeiro reagiram negativamente à informação de que a Secretaria de Saúde encaminhou estudo para decidir sobre a terceirização dos hospitais da rede pública municipal. A notícia veio da secretária Marcleide Nascimento, ao rebater rumores de privatização dos equipamentos. A secretária disse que há uma análise dos técnicos da Secretaria de Saúde sobre a viabilidade de dividir responsabilidades com o poder público. Marcleide citou como exemplos a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Limoeiro e o Hospital Regional do Cariri (HRC). Para a secretária, o que está sendo estudado é a possibilidade de diminuição dos custos e melhorar os atendimentos.
Outro objetivo da terceirização seria desafogar o HRC, com os atendimentos de baixa e média complexidade. “Precisamos melhorar nossos serviços para proporcionar maior abrangência do Hospital Regional em sua meta, que são os atendimentos de alta complexidade”, disse Marcleide. A secretária alerta que, caso seja implantado, o projeto não eliminará o fator público dos atendimentos. Ela garante que os equipamentos continuarão sendo financiados pelo Sistema Único de Saúde, portanto, totalmente gratuitos. Uma equipe da Secretária já visitou experiências semelhantes em São Paulo.
Debate acirrado
Na Câmara, o tema foi abordado pelo vereador Normando Sóracles (PSL), que avaliou as últimas informações sobre o assunto. Segundo ele, a possibilidade está causando terror entre populares. Na sua avaliação, a terceirização é boa, desde que não seja em Juazeiro do Norte. O vereador Cláudio Luz (PT) alertou que a terceirização precariza o atendimento e traz prejuízos à população e à administração. Cláudio avalia que essa é uma forma de burlar a necessidade de concursos públicos. O vereador Tarso Magno (PR) lembrou a experiência recente da empresa EAB. Segundo o vereador, a empresa recebeu, em três anos, cerca de R$ 33 milhões, deu um calote em mais de 1.200 funcionários e foi embora. Para Tarso, a Câmara não pode deixar que o problema se repita. O líder do prefeito, vereador Capitão Vieira Neto (sem partido), observou que está sendo feito um estudo baseado em outras experiências. Segundo Vieira Neto, nada será doado à iniciativa privada e nenhum funcionário será demitido. Os concursados serão remanejados e os contratados absolvidos pela empresa.
(Jornal do Cariri)
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