segunda-feira, 5 de maio de 2008
IDAS E VINDAS DE UMA ALIANÇA POLÍTICA
Voltando ao tema: PDT e PSDB unidos em Fortaleza. Essa novela está longe de terminar e muita água vai rolar embaixo da ponte. O deputado estadual Heitor Férrer é um dos símbolos da oposição ao governador Cid Gomes(PSB). Perdeu as prévias para ser o candidato do partido nas eleições municipais deste ano em Fortaleza. Os trabalhistas preferiram Patrícia Sabóya. A senadora do PDT é quase parente de Gomes e aliada incondicional. Ciro diz que apóia Patrícia. O PSDB pediu e pressionou pela vice. Tudo certo e acertado, eis que surgem os problemas, que deverão ser resolvidos pela cúpula dos dois partidos. Sabemos que há uma distância entre as duas legendas, mas o papel das direções partidárias agora é aparar arestas e unificar ações. Vai ser difícil.
Acompanhe essas polêmicas em duas matérias publicadas no jornal O Povo.
"Não vou poder me empenhar"
Primeiro ele tentou ser o candidato a prefeito pelo PDT. Seus 20 anos de partido não foram suficientes para derrotar nas prévias a neopedetista Patrícia Saboya, que se filiou à sigla em outubro do ano passado. Ontem, Heitor Férrer se absteve em relação ao fechamento da aliança com o PSDB e declarou estar incomodado com a aliança.
"Não acredito nessa aliança. Os projetos são diferentes", afirmou o deputado estadual. Heitor confessa que se queda à decisão do partido de forma incômoda e que essa composição dificulta o engajamento dele na campanha, embora garanta defender a candidatura de Patrícia. "Não vou poder me empenhar porque terei dificuldade em abraçar essa tese e de estar nesse palanque", declarou afirmando haver uma "ruptura histórica" entre os partidos.
O presidente estadual do PDT, André Figueiredo, disse acatar a decisão de Heitor de se abster. "Não temos discutido um projeto ideológico, estamos discutindo um projeto conjuntural. Tenho todo o respeito pelo posicionamento do Heitor", afirmou André. (DS)
Cúpula nega, mas acordo rachou o PDT
O fechamento da aliança proporcional com o PSDB rachou o PDT. O acordo foi fechado no último sábado com os tucanos e ontem os pedetistas foram convocados para uma reunião cujo objetivo era anunciar a decisão e apresentar os termos nos quais ela foi tomada. A contragosto de alguns setores, os presentes concordaram com a aliança. O deputado estadual Heitor Férrer se posicionou de forma diferente, abstendo-se da votação. O PDT está visivelmente rachado. Se saindo sozinho o partido sonhava em eleger três ou quatro vereadores, coligando-se com PSDB o PDT deve conseguir emplacar dois ou, no máximo, três parlamentares.
Pré-candidato a vereador, Fernando Férrer quer que a decisão seja levada para a convenção. "Iremos conversar com os pré-candidatos que desistirem e levar para a convenção. Se ela (Patrícia Saboya, pré-candidata a prefeita de Fortaleza pelo PDT) é tão boa candidata, por que não é candidata só e não fecha com o PSDB apenas na majoritária?", questionou ele. "Dizer que o PDT sai ganhando (com a aliança proporcional com o PSDB) é mentira. Cerca de 80% dos candidatos (do PDT) vão desistir da candidatura", prevê Férrer.
Uma fonte do PDT contou que o PSDB exigiu fechar a aliança proporcional para apoiar Patrícia na eleição majoritária. Seria "tudo ou nada". Na semana passada, o delegado Francisco Cavalcante (PSDB) chegou a disponibilizar seu nome para ser o candidato a prefeito pelos tucanos como forma de pressionar o PDT a fechar acordo na proporcional.
Há o compromisso do PSDB de Cavalcante não se candidatar nas eleições proporcionais. Os pedetistas temem o peso eleitoral dele, deputado estadual mais votado em 2002 e que não conseguiu se reeleger em 2006. O tucano disse ontem ao O POVO que não quer ser candidato a vereador, mas se diz disposto a ser o vice de Patrícia. "Para vereador não. Se meu nome for cotado para vice tudo bem, a gente vê com o partido", afirmou.
O desenrolar desse acordo foi traumático para o PDT, que tentou se distanciar do PSDB nas eleições proporcional. O presidente municipal do partido em Fortaleza, o vereador Márcio Lopes, já foi convencido. "Nós termos uma candidatura viável. Nessa disputa real, precisamos ter meios. Existe a questão estrutural e tempo de tv. Com base nisso, o PSDB passa a integrar o projeto, que é maior (do que a eleição proporcional)", afirmou ele.
Lopes argumenta que seu partido tem apenas 56 segundos de tempo de TV e que o PSDB tem cerca de quatro minutos. "Não podemos desconsiderar isso numa negociação". O "risco" de eleger menos vereadores "faz parte do ônus", declarou ele. "O partido supera o trauma (do fechamento da aliança proporcional). Não tenho dúvida. Acho que vai assimilando. Eu mesmo estou em fase de assimilação, mas não vejo como o fim do mundo", analisou.
O presidente estadual da sigla, André Figueiredo, nega divisão interna. "Não há racha. Existem compreensões e isso faz parte da democracia interna", declarou. Segundo ele, ficou acertado que as vagas seriam divididas meio a meio: cada partido disputaria com 41 candidatos. "Está previsto um grupo de coordenação política para evitar que os candidatos de um e de outro de digladiem. Vamos tentar conciliar isso", informou o presidente. Figueiredo comentou que o PSDB se mostrou flexível para ceder vagas ao PDT caso necessário.
fonte: Matéria e foto Jornal O POvo
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