Ontem à noite aconteceu no Instituto Cultural do Cariri uma reunião com o deputado federal José Nobre Guimarães (PT). O evento teve como objetivo discutir a luta pela implantação do curso de agronomia da UFC no Crato. Até aí tudo bem. Quando foi cobrada a presença do prefeito Samuel Araripe (PSDB) o presidente do ICC falou de sua ausência e disse “sempre tem sido assim”. Ninguém falou se o prefeito tinha sido convidado, mas Nezim Patrício fez questão de enfatizar a ausência de Samuel Araripe. O prefeito de Aurora Carlos Macedo (PSB) falou pouco, mas disse que em Juazeiro do Norte ninguém fala em tirar o curso de agronomia do Crato. “Ninguém está falando isso em JN, o que está faltando são o cratenses irem em busca do que é de vocês”, afirmou. No final ficou acertado com o deputado Guimarães que ele irá marcar uma reunião com o reitor da UFC para discutir o assunto.
O presidente do ICC esqueceu de dizer também que o terreno onde será instalado a UFC foi doado pelo prefeito Samuel Araripe. A postura do presidente do ICC é no mínimo estranha, pois, sempre que esse assunto vinha à tona, ou seja, o Crato perder o curso de agronomia da UFC, ele sempre procurava o prefeito para fazer parte das discussões. O que aconteceu desta vez?
Um comentário:
Olá, Tarso!
O patrocinador da "festa" (que está ao lado de Nezim na foto)talvez tenha orientado lista restrita de convidados.
O próprio Samuel Araripe, que esteve no Crato durante todo o final de semana, me falou hoje (06/05/2008) que não foi condidado.
Estou achando muito estranha a atitude do ICC. Prefiro crer que foi mais uma do "homem da cueca". Em todo caso, o amigo Nezim Patrício deve desfazer a injustiça cometida contra o Prefeito do Crato, que tem envidado esforços para a plena implantação do curso de agronomia.
Mas não se enganem os leitores e analistas políticos. O desequilíbrio regional está sendo provocado principalmente pelo desrespeito às vocações e tradições dos municípios. Estão distribuindo sorrisos e discursos e concentrando benefícios. Municípios como o Crato têm se debatido pela sobrevivência e desenvolvimento, enquanto alguns políticos de grande influência regional e nacional agem às escuras para minar suas instituições. Não levam em conta que nenhum município sobreviverá sozinho. Tem que haver integração, senão não haverá desenvolvimento sustentável.
E eu pergunto: o que é que está faltando para a implantação do curso de agronomia?
É, meu caro Tarso. Estamos diante de uma tentativa de aborto. Cabe-nos, portanto, ampliar a luta e o número de lutadores. E essa luta ultrapassa a implantação do referido curso. É uma luta política na qual estamos sofrendo golpes baixos, desleais.
Outra pergunta: quantos estudantes secundaristas (e mesmo universitários) foram convidados pelo ICC com o fim de massificar a campanha?; quantos filhos de trabalhadores rurais ou mesmo outros órgãos ligados à produção agrícola foram mobilizados?
É, meu amigo Tarso. Somente poderemos interferir nessa dura realidade, modificando-a, se essa ação for obra de milhares. O povo não pode ficar à margem desse processo, resumidos à condição de meros "eleitores".
Estão querendo matar de inanição a idéia!
Um abraço.
Cacá Araújo
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