Um mercado de imóveis superaquecido. Assim é o setor imobiliário em Juazeiro do Norte. Têm áreas na cidade, como o Bairro Lagoa Seca, onde o metro quadrado experimenta uma valorização de 1.900%, ou 20 vezes o valor inicial. Há três anos, o metro quadrado no bairro chegava a custar R$ 15,00. Hoje, atinge os R$ 300,00, segundo atestam corretores de imóveis. Mesmo sem dados oficiais para o setor no Município, o momento é de alta nos preços para compra e para aluguel, bem como nos investimentos das construtoras.
Há áreas no Centro que chegam ao valor de R$ 5 mil o metro quadrado, chegando ao patamar da Capital. Para corretores que atuam há décadas na cidade, esse é um dos melhores momentos para o setor. Porém, as altas de preços são também influenciadas pela especulação para as vendas de novos espaços e locações de imóveis.
Áreas que margeiam as avenidas Leão Sampaio e a Padre Cícero, nos bairros Lagoa Seca e São José, em direção às cidades de Barbalha e Crato, respectivamente, são as mais visadas pelos novos investidores que chegam a região para montar seu negócio. São espaços que formam o triângulo Crajubar e interligam essas duas cidades a Juazeiro do Norte. Grandes empreendimentos comerciais, como o Atacadão, Hiperbompreço e Cariri Shopping valorizaram mais as áreas, além da recente inauguração do Hospital Regional do Cariri (HRC). Os grandes empreendimentos acabam puxando outros.
O para o corretor José Gurgel Carlos da Silva, há mais de 30 anos no mercado imobiliário de Juazeiro do Norte, nunca se viu essa realidade antes. É algo que e aproxima dos investimentos em áreas da Capital. Ele afirma que, atualmente, algumas pessoas exageram na negociação. Em alguns momentos, torna-se difícil até para o corretor, por conta da especulação que possibilita margem de lucro exorbitante. Como exemplo, ele cita a venda de uma casa há três meses na Av. Padre Cícero, no valor de R$ 360 mil. "Hoje, o proprietário da casa não vende no valor menor do que R$ 800 mil. São R$ 440 mil a mais. Não conheço algo que pudesse oferecer tanto lucro", diz ele.
E a realidade se apresenta em áreas que antes eram totalmente desabitadas. Onde foi construída a Universidade Federal do Ceará (UFC), campus Cariri, há pouco mais de cinco anos, existe hoje no setor uma Faculdade de Medicina particular, o Instituto Médico Legal, a Faculdade Leão Sampaio, entre outros empreendimentos na área da Educação. Os empreendimentos particulares chegam com novos edifícios e condomínios. Segundo Gurgel, são espaços cada dia mais valorizados.
Há três anos, segundo o corretor, o metro quadrado de terreno chegava a custar na área da Lagoa Seca, de R$ 10 a R$ 15. Hoje, a média é de R$ 250,00 a R$ 300,00. Há áreas, segundo a corretora Fabiana Canuto Alves, que chegam a ter o metro quadrado no valor de R$ 2.500. Ela diz haver alta concorrência no mercado. "É impressionante e considero que o ritmo está bom", afirma.
Em consequência, multiplica-se a quantidade de empresas imobiliárias na cidade. "É grande o número de pessoas em campo atuando. E isso é uma consequência do crescimento da cidade e dos investimentos que vêm ocorrendo", enfatiza.
Fabiana Canuto diz que a criação da Região Metropolitana do Cariri (RMC) é um grande indicativo para todo esse processo. Para ela, Juazeiro centraliza esse processo. A cidade se torna cada vez mais disputada pelos investidores.
Segundo Gurgel, isso poderá durar até mais de cinco anos, até o processo de desenvolvimento acelerado se estabilizar na cidade.
Mesmo em áreas próximas ao Centro, como o Bairro São Miguel, o preço do metro quadrado chega a custar até mais de R$ 3 mil. Em outros pontos, no centro, pode ir a R$ 5 mil. Há três anos, era uma realidade impensada. A tendência é que, nos bairros onde há maior especulação, esse processo se estabilize e novas áreas passem a ser visadas. Exemplo atual do Bairro Novo Juazeiro e também do Bairro São José. O Atacadão, segundo ele, numa área de cerca de mil metros quadrados, no Bairro São José, teve que investir no terreno R$ 5 milhões.
Questão de Justiça
Foi exatamente nesse bairro que terrenos passaram a ser disputados na Justiça. Exemplo de caso recente foi a venda de um terreno, negociado com representantes da Igreja Católica. O valor considerável de cerca de R$ 18 milhões, avaliado atualmente, está longe da realidade em que foi comercializado. São os novos tempos da ebulição econômica do Cariri. Pensar em comprar ou vender imóvel merece reflexão. Não dá para imaginar o que virá pela frente.
MAIS INFORMAÇÕES
Imóveis Rocha, Rua São Francisco, 381/ Gurgel Corretor de Imóveis, Rua do Cruzeiro, 221, Juazeiro
(88) 3512.3636 / 3512.2399
fonte:Rádio Cetama AM
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