O Cariri vai mandar quatro ônibus com cerca de 200 manifestantes, a maioria mulheres, para a Marcha das Margaridas que será realizada em Brasília, entre os dias 16 e 17 de agosto. Eles fazem parte da caravana de 37 coletivos que sairão do Ceará, no dia 14, para a capital federal. A mobilização está sendo feita pela delegacia regional da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Ceará (Fetraece), com o apoio dos sindicatos. A coordenação reuniu-se ontem em Crato com representantes dos 28 municípios da região para planejar a viagem. Este ano, de acordo com o delegado regional da Fetraece Francisco Alves, a bandeira de luta é a melhoria das condições de vida e trabalho no campo e contra todas as formas de discriminação e violência contra a mulher. A mulher do Cariri, segundo Alves, tem tradição de luta contra a violência. Elas denunciaram os crimes praticados contras mulheres na região. Representantes do Conselho Municipal das Mulheres estarão na manifestação fortalecendo a relação entre as mulheres do campo e da cidade, justifica a vereadora Mara Guedes, integrante do Conselho e da coordenação do evento. Uma das reivindicações do Cariri, segundo Francisca Francy de Oliveira, coordenadora regional da mobilização, é a implantação de políticas públicas destinadas às mulheres que ainda vivem em situação de pobreza. "Em alguns municípios falta até água para beber. Elas têm que percorrer longas distâncias para conseguir água potável", diz Francy. O Cariri sugere investimentos na produção de energias eólica e solar, recuperação dos rios da bacia do Salgado, campanha sobre os riscos dos agrotóxicos e incentivo ao consumo de produtos orgânicos, medidas com o objetivo de diminuir os impactos ambientais dos grandes projetos agropecuários, além da criação de programas de capacitação das mulheres camponesas. Outro ponto destacado nas propostas é uma ampla reforma agrária, acompanhada de crédito, educação e programas sociais que garantam o acesso das mulheres.
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