domingo, 6 de abril de 2008

HOMEM CARIRI - ARQUEOLOGIA PARA CRIANÇAS

A partir do mês de setembro mais um passo importante será dado nos avanços relacionados ao conhecimento do Homem Cariri. Esse estudo vem sendo estimulado pela arqueóloga Rosiane Limaverde, diretora da Fundação Casa Grande. Após uma visita inicial, no mês de março passado, a Portugal, em setembro ela retornará para assinatura de um protocolo de intenções com a Universidade de Coimbra e Porto, para dar continuidade aos estudos na área.A Casa Grande nasceu inspirada no Homem Cariri e esse resgate vem sendo aprofundado, por meio de teses desenvolvidas pela diretora, que segue para um doutorado. A idéia é centrar os estudos com as crianças e jovens, numa nova vertente do ensino da Arqueologia. Um exercício não muito difícil para quem vem nessa prática há alguns anos. No Memorial se encontra uma coleção de referência sobre a história regional, com peças de cerâmica, argila e rochas, dos antepassados indígenas.A entidade pode ser considerada a porta de entrada dos estudos a respeito do processo de civilização, iniciado pelo homem Cariri, principalmente na área de Arqueologia e Patrimônio, desenvolvidos pela pesquisadora. Abre um interesse maior à preservação dos diversos sítios arqueológicos. Mais tarde, esses locais poderão se tornar objeto de pesquisa para outros estudiosos da área. E é essa a intenção de Rosiane, que passa a integrar o Centro de Estudos Arqueológicos da Universidade de Coimbra e Porto.A formação das crianças está voltada para a pesquisa e recepcionistas do Memorial. São as próprias que transferem o conhecimento adquirido na Casa Grande. A média mensal de visitação no Memorial é de 3 mil pessoas. No ano de 2007, um público de 25 mil passou pela Fundação.Segundo Rosiane, a arte rupestre irá fornecer subsídios à identificação dos caminhos da entrada do homem pré-histórico na região. A parceria com a universidade portuguesa terá uma duração de três anos, e também está ligada a Fundação de Ciência e Tecnologia de Portugal e ao Centro de Estudos.Em diversas cidades já foram identificados sítios arqueológicos, fruto de um trabalho de mais de 20 anos que vem sendo desenvolvido pela mestra em Arqueologia, Rosiane Limaverde. Ela defendeu a dissertação de mestrado “Os registros Rupestres da Chapada do Araripe”, no curso de Arqueologia e Preservação do Patrimônio da Universidade Federal do Pernambuco (UFPE). O trabalho foi orientado pela professora doutora Gabriela Martin.A pesquisadora apontou a presença de grupos humanos, que existiram há milhares de anos, no Cariri, com uma cultura diferenciada daqueles que vêm sendo identificados no Nordeste. “Isso corresponde a um verdadeiro potencial a ser, ainda, estudado. Saber quem são os integrantes desses grupos e quando chegaram é um trabalho para mais décadas de pesquisa, no mínimo”, diz.As inscrições encontradas na região do Araripe têm chamado a atenção de estudiosos, principalmente nos congressos Brasil afora em que a pesquisadora tem participado. Um dos aspectos está relacionado à localização da região, no centro geográfico do Nordeste. Segundo ela, pela presença da água, da vida na Chapada. “Aqui é um desses lugares diferenciados. É um verdadeiro oásis no Nordeste brasileiro”, ressalta, ao chamar a atenção para que novos estudos sejam feitos no sentido de esclarecer quais os grupos que fizeram uma arte tão bonita nas rochas desta região.

SAIBA MAIS -
Conceito
A Arqueologia é uma ciência social, isto é, que estuda as sociedades, podendo ser tanto as que ainda existem, quanto as atualmente extintas, por meio de seus restos materiais, sejam estes objetos móveis, como por exemplo objeto de arte, como as vénus, ou objetos imóveis, como é o caso de estruturas arquitetônicas. Também se incluem as intervenções no meio ambiente efetuadas pelo ser humano.

Origem
A palavra Arqueologia vem do grego ´archaios´, velho ou antigo, e ´logos´, ciência. A maioria dos primeiros arqueólogos, que aplicaram a sua disciplina aos estudos das antigüidades, definiram a Arqueologia como o estudo sistemático dos restos materiais da vida humana já desaparecida. Outros arqueólogos enfatizaram aspectos psicológico-comportamentais e definiram essa ciência como a reconstrução da vida dos povos antigos.

Antropologia
Em alguns países, é considerada como uma disciplina pertencente à Antropologia. Enquanto esta se centra no estudo das culturas humanas, a Arqueologia dedica-se ao estudo das manifestações materiais destas. Deste modo, enquanto as antigas gerações de arqueólogos estudavam um antigo instrumento de cerâmica como um elemento cronológico que ajudaria a pôr-lhe uma data à cultura que era objeto de estudo, ou simplesmente como um objeto com um verdadeiro valor estético, os antropólogos veriam o mesmo objeto como um instrumento que lhes serviria para compreender o pensamento, os valores e a própria sociedade a que pertenceram

Fonte: Jornal Diário do Nordeste

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