Para o ex-procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, um dos
membros da Comissão Nacional da Verdade (CNV), o coronel reformado do
Exército, Carlos Alberto Brilhante Ustra, ao ser confrontado com a
documentação reservada do DOI-Codi do então Segundo Exército (hoje
Comando Militar do Sudeste, sediado em São Paulo), “deu uma versão
insustentável de mortes em combate”.
Documentos
apresentados pela CNV apontam em 50 o número de mortos no órgão durante o
período em que foi comandado pelo coronel, de 1970 a 1974. Ustra foi o
primeiro dos oficiais influentes da ditadura militar a ser ouvido pela
CNV, na sexta-feira passada. Ele chegou a afirmar que a ex-presidente
Dilma Rousseff (PT) integrou grupos terroristas e ainda negou que tenham
havido mortes no DOI-Codi.
Já o advogado e ex-defensor de
presos políticos José Carlos Dias, que também integra a CNV, o
depoimento foi emocionalmente forte e mexeu com os presentes: “Foi um
dia muito penoso para mim. Eu defendi mais de 500 presos políticos e a
maior parte vítimas do coronel Ustra. Defendi pessoas que foram mortas
sob as ordens dele”.
O coronel chegou a afirmar que Frederico
Eduardo Mayr, um dos assassinados, foi atropelado por um caminhão. No
momento mais tenso da reunião, Claudio Fonteles leu dois documentos
sobre 45 mortes dentro do Doi-Codi paulistano em de outubro de 1973, e
outras 47 em dezembro. Ustra disse que os documentos foram manipulados:
“No meu comando, ninguém foi morto dentro do Doi-Codi, mas em combates”,
afirmou. (das agências)
Saiba mais
Ustra se comportou como
se fosse dono da situação. “Acabou, não falo mais”, disse. Fonteles
observou: “O senhor responde se quiser, mas não acabou”. O coronel
chegou a interromper a fala de Fonteles. Ustra oscilava entre o
nervosismo e a raiva, criando situações típicas de uma figura quase
hilária. As imagens de corpos de vítimas da ditadura no telão, no
entanto, lembravam que o momento não era de diversão. Fonteles perguntou
se Ustra aceitava uma acareação com o vereador Gilberto Natali, do PV,
de São Paulo, que horas antes o acusou de torturá-lo. “Não faço
acareação com terrorista”, disse Ustra. Da plateia, Natali gritou: “O
terrorista é você”.
fonte: jornal O Povo
fica apenas uma pergunta para esse e outros casos de torutra...........
POR QUE OS TORTURADORES NÃO ESTÃO PRESOS?
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