Policiais da Delegacia Regional de Iguatu estão investigando uma quadrilha de falsificadores de Carteiras Nacionais de Habilitação (CNH) que atuava no município de Jucás, no Centro-Sul do Estado, desde novembro do ano passado. Pelo menos 25 moradores da cidade teriam comprado o documento falso a um preço que variava de R$ 800 a R$ 1.200. As carteiras eram confeccionadas no Rio Grande do Norte.
Segundo a Polícia, dois interlocutores da quadrilha que atuavam no município foram identificados: Francisco Naldo Antunes de Souza e o sargento reformado da Polícia Militar do Ceará, José Vianê Fernandes de Oliveira. O último está foragido. "Eles faziam contato com as pessoas para oferecer as carteiras e ficavam com R$ 50 cada um. O restante era depositado em uma conta-corrente no Rio Grande do Norte", explica o promotor de Justiça da Comarca de Jucás, Alexandre Paschoal Konstantinou, que instaurou o inquérito policial e encaminhou o caso para a delegacia de Iguatu.
De acordo com Jurandir Costa, titular da Delegacia de Iguatu, foram apreendidos comprovantes de depósitos e cerca de 15 carteiras falsas, que já foram encaminhadas para a perícia. "Algumas foram rasgadas e extraviadas pelas pessoas que compraram. Elas têm medo porque também poderão responder por crime de uso de falso documento e corrupção", diz.
"Essas pessoas obtinham a carteira sem a realização de nenhum exame. Entregavam a xérox da carteira de identidade, do Cadastro da Pessoa Física (CPF), assinavam um papel em branco e pagavam metade do dinheiro", explica o sargento Bandeira, que também participou das investigações. O esquema foi descoberto após denúncia de um agricultor que havia adquirido uma das carteiras falsas. Como a cidade de Jucás não possui delegacia, a investigação inicial ficou por conta dos policiais militares e do Ministério Público.
Um dos envolvidos no Estado do Rio Grande do Norte já foi identificado. "Era ele quem fazia todo o esquema dentro do Detran (Departamento Estadual de Trânsito) de lá. Mas ainda não podemos divulgar o nome", informa o delegado Jurandir Costa. Ele diz que ainda não pode afirmar se há a participação de funcionários do Detran. "O segredo está no Rio Grande do Norte. É essa pessoa quem sabe como funciona todo o esquema. Mas ainda estamos investigando", finaliza.
Jornal O Povo
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