terça-feira, 22 de março de 2016

João Vicente Goulart: “Fiesp continua com a cabeça em 64”

A afirmação foi feita nesta segunda-feira (21) à Agência Sindical por João Vicente Goulart, filho do ex-presidente João Goulart, deposto da Presidência pelo golpe de 64, patrocinado pelo empresariado nacional em parceria com a mídia e órgãos do governo norte-americano. “Vejo com tristeza que a Fiesp continua com a cabeça em 1964, quando fustigou a legalidade e financiou ações golpistas”, diz João Vicente.


Ele citou que institutos como Ipes e Ibad, em poucos meses, produziram 200 peças de rádio e TV contra Jango, de combate às reformas de base e incitando o anticomunismo.

João elogiou a postura das Forças Armadas. “Passados 52 anos, eu as vejo  alinhadas à legalidade, ao que estabelece nossa Constituição”, comentou. E acrescentou: “A mesma evolução não há na Fiesp ou na grande mídia, que fazem campanha pela derrubada do governo”.

Para ele o empenho dos setores populares deve ser para garantir a democracia. Na opinião de João, uma eventual  ruptura da ordem jurídica vitimaria o povo mais pobre, principalmente os trabalhadores.

Unidade contra o golpe

Com a experiência de quem viveu 14 anos no exílio e conheceu de perto as articulações pela volta da democracia, o filho do presidente Jango recomenda ações amplas. “É preciso ter unidade entre o sindicalismo e também agregar parcelas da sociedade. Não importa se a pessoa é conservadora, desde que não seja golpista”, diz.

Ao observar que o impeachment está previsto na Constituição, ele ressalva, porém, que “tudo tem rito e não pode ser atropelado, por algum juiz ou pelo Congresso Nacional”; caso contrário, assinala, “fica claro que há uma conspirata orquestrada”. 

João Vicente elogia nomes do PMDB, como o senador Requião (do Paraná). Mas questiona o setor golpista do partido: “Desde 1989, o maior partido do Brasil não lança candidato a presidente. Temer não tem voto. É diferente de Jango, que, quando vice pela primeira, foi mais votado que o próprio Juscelino”.

Pré-sal

Para João Vicente, a desestabilização do governo Dilma escamoteia a luta pelo controle do subsolo nacional. “É um velho desejo dos entreguistas. Eles querem, de todo jeito, entregar nossas reservas do pré-sal”, completa.

(Site Vermelho)
 

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