quarta-feira, 16 de março de 2016

Minas Sem Censura contesta resposta de Aécio Neves à revista Época

Um aparte, senador Aécio Neves?
Com o singelo parágrafo acima sua assessoria de imprensa tentou explicar fatos obscenos (no sentido de “atrás da cena”) que envolvem contas secretas de seus familiares no exterior, como divulgado por Luis Nassif em 02 de janeiro de 2015, e que – de fato – teriam a ver com sua vida política.
Primeiro, vejamos o conceito de “fundação”, caro senador: pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, que se forma a partir da existência de um patrimônio extraído de seu instituidor e/ou instituidores, através de escritura pública ou testamento, para servir a um objetivo especifico de interesse público.
Continuemos com sua esquisita nota: “Para o projeto, ela (sua mãe) buscou a assessoria de um profissional que havia sido durante anos representante oficial de instituição financeira internacional, legalmente constituída no Brasil, sr. Norbert Muller. À época do contato, não existia qualquer razão para se duvidar da idoneidade profissional do representante.”
Ora, a última frase é enigmática. Afinal, o senhor e sua família estão acusando o doleiro de ser inidôneo? De terem ficado surpresos com revelações posteriores? Por que tamanha “elegância” com o assessor contratado e que os decepcionou?
Sua explicação continua trôpega, senador: “Durante os seis anos em que o projeto ficou em suspenso (período entre assinatura dos primeiros documentos e o cancelamento definitivo do projeto, em 2007, em função do agravamento do estado de saúde de seu marido), a responsável fez dois pagamentos, em moeda nacional, e no Brasil, ao sr. Muller, referentes a despesas cobradas por ele. Esses valores corresponderam a uma média anual de cerca de 5 mil dólares.”
Vamos lá.
Leia o preâmbulo deste aparte senador Aécio e nos esclareça: Inês Maria, vossa genitora, cogitou aplicar recursos no exterior em uma fundação sediada em Liechtenstein? Em uma instituição sem fins lucrativos? Em projetos assistenciais? Por que o artifício de se falar em “média anual de cinco mil dólares”?
Então ela gastou 35 mil dólares (R$ 130 mil reais, divididos em sete anos) pagando a um cara inidôneo, para criar uma fundação (que não tem fins lucrativos) no pobre paraíso fiscal chamado Liechtenstein?
Olha a primeira manobra diversionista: “Esses valores foram transferidos pelo representante para uma conta e corresponderam à totalidade dos depósitos realizados que foram integralmente consumidos em pagamentos de taxas e honorários. A conta nunca foi movimentada.”
Esse dinheiro foi para um conta (no exterior?), transferido pelo assessor inidôneo e essa conta nunca foi movimentada? Ora, que relevância teria essa informação a não ser admitir a abertura de uma conta em nome de vossa mãe, ou da irmã, ou da filha, conta essa não declarada à Receita Federal, pelo visto?
Olhem a segunda manobra diversionista: “A criação da fundação foi devidamente declarada no Imposto de Renda da titular.”
Não é disso que se tem dúvidas, senador. Vender imóveis, aplicar no exterior, em fundação, suspender algo por causa de doença de Gilberto Faria (que faleceu em 2008) é o que demanda mais explicações.
Por que o senhor, à época da denúncia publicada por Luis Nassif (02/01/2015), não reagiu? Não contou nem essa versão trôpega aí? Por que não pediu direito de resposta? Por que não o processou?
Senador, esclareça essas dúvidas. Abra seu sigilo bancário, fiscal e sua involução/evolução patrimonial nos últimos 14 anos. Peça sua mãe e sua irmã, Andréa Neves para fazerem o mesmo.
Ah, sobre Furnas, Rádio Arco Íris, a falência fraudulenta do Banco Bandeirantes, a Codemig, a reforma do Mineirão etc falaremos em outros apartes.
Como diria Luís Nassif: parece que Delcídio jogou mais uma “pá de cal em sua carreira”.
Enfim, aqui nos despedimos, com as lembranças do MINAS SEM CENSURA

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