O balanço da estação chuvosa apresentado pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hidrícos (Funceme) comprovou o que o senso comum já dizia: o "inverno" foi bom. Comparando com a média histórica dos últimos 30 anos, choveu 11,6% a mais em 2008, no Ceará. Entre fevereiro e maio, meses da quadra chuvosa, as precipitações somaram 901 milímetros em todo Estado. A média é 718 milímetros. Em algumas regiões, as chuvas superaram muito mais as médias históricas. No Cariri, que sofreu com inundações, choveu 56,4% mais. Só em Juazeiro do Norte, a alta das chuvas foi de 69%.
Fenômenos
Dois fênomenos explicam a maior incidência de chuvas no Ceará esse ano. A temperatura baixa das águas do Oceano Pacífico, efeito do La Ninã, ajudou. Quando a água está mais quente, evapora e inibe as correntes ascendentes que formam as nuvens sobre o norte do Nordeste. No Oceano Atlântico, a diferença negativa entre a temperatura das águas da região chamada dipolo, diminui a pressão atmosférica e, conseqüentemente, a força dos ventos, permitindo que a Zona de Convergência Intertropical, sistema da estação chuvosa, se posicione melhor no Ceará.
Na chamada estação pré-chuvosa, que pega os meses de dezembro e janeiro, também choveu mais. O índice foi 40% maior do que a média histórica. Dentro da quadra chuvosa, o período das maiores chuvas foi da segunda metade de março até a primeira semana de abril.
Jornal O Povo
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