A crise hospitalar atinge atendimentos específicos no
Cariri, deixando na fila casos graves de pessoas acometidas de câncer. Pela
falta de repasses para cobrir novos atendimentos, o Centro de Oncologia do
Hospital São Vicente de Paulo, de Barbalha, até o mês passado tinha 372 casos
em espera.
Por conta da inserção de uma verba da Secretaria de
Saúde Estadual, de cerca de R$ 90 mil, direcionada a atendimentos no setor
clínico, foram inseridos pouco mais de 100 pacientes. Com isso, tem-se buscado,
por meio de uma triagem, atender os casos mais graves, como os de leucemia e
melanomas.
O problema se estende desde o ano passado. A partir de
novembro, com a alta demanda de casos, o aumento teve que ser ampliado em R$
250 mil para atender novos pacientes. Mas houve apenas um repasse, em janeiro,
desse valor, pelo Ministério da Saúde. Por conta disso, o hospital luta agora
por alternativas para não prejudicar os atendimentos especializados.
Há quase 13 anos prestando serviços na área de
oncologia, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), o hospital é referência
nos atendimentos, recebendo pacientes de pelo menos 45 municípios, incluindo o
Cariri, Centro-Sul e estados vizinhos, a exemplo dos Estados de Pernambuco e
ainda o interior da Paraíba.
Para o diretor do Hospital São Vicente de Paulo,
Antônio Ernani Freitas, esse é um momento difícil já que o hospital não poderá
cobrir todos esses atendimentos. Cerca de 90% dos casos atendidos são do
Cariri. Há pelo menos 1000 pessoas em tratamento. Segundo o assessor jurídico
do Hospital, Amilcar Leite de Sá Barreto, os repasses ainda estão sendo
aguardados.
Convênios
O assessor afirma que, com um novo balanço financeiro
que foi realizado no hospital, uma pequena margem foi colocada para os
atendimentos dos tratamentos de câncer. Isso por conta de um recurso dos
hospitais polo, que conveniam algumas clínicas de interesse do governo do
Estado. São seis clínicas no hospital, incluindo a oncológica, que insere R$ 90
mil a mais de recursos. A partir desse novo repasse, passaram a ser chamados
mais de 100 pacientes que estavam na fila de espera. "Com isso, estamos
tentando minimizar essas filas", afirma.
Uma dessas pessoas a serem atendidas teve esta semana a
primeira consulta com o oncologista. Desde o começo deste ano esperando, a
paciente da cidade de Caririaçu, Iranir Ramos Borges, tem vivido uma verdadeira
peregrinação em busca de tratamento. Desde o ano passado na fila, desistiu de
esperar no Cariri e apelou para hospitais da Capital do Estado, onde não obteve
êxito. Somente em São Paulo conseguiu fazer a cirurgia para a retirada da mama.
fonte: DN
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