O PMDB pretende lançar candidato
próprio à Presidência em 2018, quebrando um jejum de mais de 20 anos para
buscar de vez o comando da República. Fontes do partido, incluindo senadores,
ex-ministros e assessores, delinearam a estratégia da legenda, que já vislumbra
o fim da aliança de 12 anos com o PT.
O PMDB contratou
economistas para modernizar o programa, que será posto em debate em congresso
nacional do partido em setembro, e vem tentado aumentar sua presença nas redes
sociais. Nomes também já têm sido discutidos de maneira informal, incluindo o
do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (RJ), e do prefeito do Rio
de Janeiro, Eduardo Paes.
Após anos de
política sem uma ideologia clara, lideranças do partido estão em busca de uma
plataforma que una as várias correntes do PMDB e ajude a quebrar a resistência
de eleitores que associam a legenda com clientelismo e corrupção. "Estamos
pavimentando a estrada que nos levará a vitórias em 2018", disse
Wellington Moreira Franco, presidente da Fundação Ulysses Guimarães e arquiteto
do plano de renovação.
"Não
podemos perder a oportunidade que se coloca de uma maneira muito mais vibrante
e concreta que no passado que é realizar um grande sonho de nosso partido:
eleger o presidente da República", disse Franco, avaliando que o PT está
em uma "situação difícil" e que o País enfrenta uma "crise
política muito profunda".
O Partido do
Movimento Democrático Brasileiro, nascido na ditadura militar há 50 anos como
única sigla de oposição tolerado, só elegeu um presidente, Tancredo Neves, em
uma eleição indireta em 1985 na transição para a democracia. A legenda agrega
políticos de todo o Brasil e abre mão deliberadamente de uma ideologia clara.
Divisões
internas atrapalharam planos anteriores de lançar um candidato à Presidência, e
a legenda tem se aliado aos vencedores de ocasião desde Fernando Henrique
Cardoso.
Mas mesmo
sem um líder nacional, o PMDB, maior partido do País em número de filiados,
está cada vez mais poderoso. Atualmente, controla as duas Casas do Congresso
Nacional e a Vice-Presidência, com poder para acelerar ou barrar a tramitação
de projetos de lei.
O partido
assumiu também a articulação política no segundo mandato de Dilma e controla
ministérios importantes, como o da Agricultura e das Minas e Energia. O apoio
do partido é fundamental para a aprovação do ajuste fiscal. O protagonismo
atual do partido e os planos para ter candidato próprio em 2018 já influenciam
a pauta no Congresso. Um candidato do PMDB também poderia diminuir a chance de
outras alternativas à polarização entre PT e PSDB.
fonte:DN
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