segunda-feira, 18 de maio de 2015

Presidência está no foco do PMDB


O PMDB pretende lançar candidato próprio à Presidência em 2018, quebrando um jejum de mais de 20 anos para buscar de vez o comando da República. Fontes do partido, incluindo senadores, ex-ministros e assessores, delinearam a estratégia da legenda, que já vislumbra o fim da aliança de 12 anos com o PT.
O PMDB contratou economistas para modernizar o programa, que será posto em debate em congresso nacional do partido em setembro, e vem tentado aumentar sua presença nas redes sociais. Nomes também já têm sido discutidos de maneira informal, incluindo o do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (RJ), e do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.
Após anos de política sem uma ideologia clara, lideranças do partido estão em busca de uma plataforma que una as várias correntes do PMDB e ajude a quebrar a resistência de eleitores que associam a legenda com clientelismo e corrupção. "Estamos pavimentando a estrada que nos levará a vitórias em 2018", disse Wellington Moreira Franco, presidente da Fundação Ulysses Guimarães e arquiteto do plano de renovação.
"Não podemos perder a oportunidade que se coloca de uma maneira muito mais vibrante e concreta que no passado que é realizar um grande sonho de nosso partido: eleger o presidente da República", disse Franco, avaliando que o PT está em uma "situação difícil" e que o País enfrenta uma "crise política muito profunda".
O Partido do Movimento Democrático Brasileiro, nascido na ditadura militar há 50 anos como única sigla de oposição tolerado, só elegeu um presidente, Tancredo Neves, em uma eleição indireta em 1985 na transição para a democracia. A legenda agrega políticos de todo o Brasil e abre mão deliberadamente de uma ideologia clara.
Divisões internas atrapalharam planos anteriores de lançar um candidato à Presidência, e a legenda tem se aliado aos vencedores de ocasião desde Fernando Henrique Cardoso.
Mas mesmo sem um líder nacional, o PMDB, maior partido do País em número de filiados, está cada vez mais poderoso. Atualmente, controla as duas Casas do Congresso Nacional e a Vice-Presidência, com poder para acelerar ou barrar a tramitação de projetos de lei.
O partido assumiu também a articulação política no segundo mandato de Dilma e controla ministérios importantes, como o da Agricultura e das Minas e Energia. O apoio do partido é fundamental para a aprovação do ajuste fiscal. O protagonismo atual do partido e os planos para ter candidato próprio em 2018 já influenciam a pauta no Congresso. Um candidato do PMDB também poderia diminuir a chance de outras alternativas à polarização entre PT e PSDB.
fonte:DN


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