A gestão do ex-prefeito
Samuel Araripe
(PSDB), em Crato,
gastou mais de R$ 15 milhões
com limpeza e conservação de
ruas e avenidas, durante os
quatro anos do seu segundo
mandato à frente da Prefeitura
(2009 – 2012). O valor
chama atenção por ser maior
que o utilizado por municípios maiores, como o vizinho
Juazeiro do Norte, que gastou
cerca de R$ 10 milhões.
A informação é do Portal
da Transparência do Tribunal
de Contas do Estado
do Ceará (TCM), que revela
outras situações consideradas
graves.
Segundo as
informações prestadas pela
própria administração de
Samuel, houve aumentos
vertiginosos nos repasses
feitos pela Secretaria de
Infraestrutura, responsável
pela contratação, no ano de
2012, último da gestão.
Segundo o Portal da
Transparência, em comparação
com 2011, houve um
acréscimo de 100% nos valores
pagos a empresa responsável
em 2012. O agravante é
que 2012 foi ano eleitoral, o
que deixa margem para suspeita
de uso da máquina pública com benefício eleitoral.
Segundo dados apresentados
na prestação de contas do
ano em questão, não houve
justificativa para o acréscimo.
Em 2011, a gestão de
Samuel Araripe pagou R$
1.604.301,86, em 38 pagamentos,
repassados à empresa
“NRG Construções Ltda.”.
Em 2012, a mesma empresa
recebeu R$ 3.227.166,08,
em 58 pagamentos, para
executar o mesmo serviço. A
empresa era responsável por
fazer a coleta de lixo domiciliar
e comercial das áreas
urbanas.
Nos anos anteriores, a
empresa “Ripax Serviços de
Mão de Obra Ltda.”, responsável
pela coleta, recebeu
mais de R$ 2,5 milhões.
Foram 21 pagamentos
em 2009 - totalizando R$
1.669.382,50 - e 18 empenhos
em 2010 - totalizando
R$ 893.394,22 - para efetuar
o mesmo serviço de coleta.
Valores bem aproximados
foram praticados para
fazer a conservação das ruas
e avenidas pertencentes ao
Município. Foram pagos
mais de R$ 7,6 milhões (R$
7.672.853,95), somente com
capinação, nos quatro anos
de gestão de Samuel.
Neste
caso, a empresa “Construtora
Hidros Ltda.” foi a única
beneficiada.
A Construtora Hidros
Ltda. teve seu contrato aditivado
seis vezes e recebeu valores
que variaram entre R$
1 milhão (R$ 1.040.258,80),
em 2009, e R$ 2,9 milhões
(R$ 2.913.943,37), em 2011.
No Portal da Transparência,
a Prefeitura justifica os gastos
apenas como serviços de
conservação.
Documentos presentes
na Prefeitura atestam que,
em ambos os casos, as empresa
contratadas foram
beneficiadas com o uso de
equipamentos, como caminhões
coletores e caçambas,
e mão de obra de garis pertencentes
à estrutura da má-
quina administrativa.
Tentamos contato com
o então secretário de Infraestrutura,
José Muniz, que
não atendeu as ligações telefônicas.
O ex-prefeito Samuel
Araripe e o chefe de
Gabinete, Davi França, não
foram encontrados para comentar
o assunto.
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