quarta-feira, 27 de agosto de 2014

PT e PSDB terão Marina como alvo

Apenas duas semanas após o acidente que vitimou o presidenciável Eduardo Campos, a ex-vice que foi alçada à cabeça de chapa, Marina Silva, está mudando totalmente as perspectivas das eleições presidenciais de outubro. O novo quadro pode fazer Marina tornar-se vitrine e ser alvo dos ataques das campanhas dos principais opositores: Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB).
O resultado da última pesquisa Datafolha mostra a ex-ministra do Meio Ambiente com índice de intenção de votos dez pontos percentuais acima do de Aécio (19%) no primeiro turno e, em um eventual segundo turno, com nove pontos percentuais acima de Dilma.
Se as eleições fossem hoje, segundo o Ibope, Marina teria 45% das intenções de voto contra 36% da petista. Brancos e nulos são 9% e indecisos, 11%.
Caso o segundo turno fosse contra Aécio, a presidente teria 41% das intenções de voto contra 35% do tucano. Brancos e nulos são 12% e indecisos, 12%. O Ibope informou não ter feito a sondagem da hipótese de passarem para uma segunda etapa do pleito Marina e Aécio.
A candidata do PSB atraiu principalmente eleitores indecisos ou que planejavam votar em branco e anular o voto. Outro dado positivo para a candidata é que ela tem a menor rejeição entre os três principais candidatos, 10% , contra 36% da presidente que busca a reeleição e 18% de Aécio.
Analistas
A situação mostrada pelo Ibope indica um aumento da probabilidade de Dilma, Pastor Everaldo e, principalmente, Aécio subirem o tom da campanha e iniciarem os ataques contra a ascendente candidata, segundo o cientista político e especialista em pesquisa eleitoral Sidney Kuntz.
Para ele, a tática do ataque é mais urgente para o tucano, que, caso mantenha-se onde está nas pesquisas, ficará fora do segundo turno. "Hoje (ontem)ainda não vai ter bombardeio porque as campanhas vão esperar o resultado do debate e a evolução dos candidatos na próxima pesquisa eleitoral. Mas se ela (Marina) crescer de novo, com certeza os adversários irão minar a Marina de todas as formas", afirmou.
A pesquisa mostra, segundo o especialista, que a candidatura de Marina está se consolidando - a última sondagem do Datafolha já havia mostrado que ela obteve votos dos eleitores que estavam indecisos ou que pretendiam anular ou votar em branco.
"Os números levantam uma preocupação extrema para Aécio e, no segundo turno, para Dilma", disse o analista.
Apesar da propensão para o ataque contra a candidata do PSB ser maior com sua ascensão, Kuntz questiona a tática. "O que a história vem mostrando é que bater não tem dado resultado em campanhas políticas", disse.
Ele justifica a afirmação ao lembrar a campanha de 2006, quando, segundo Kuntz, o candidato do PSDB Geraldo Alckmin caiu nas intenções de voto assim que começou a intensificar os ataques contra o então candidato à reeleição Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Escândalos, manifestações e debates vingam, mas bater por bater não", resumiu.
Diário do Nordeste

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