As articulações que estão sendo feitas pelo governador Cid Gomes
(PROS) em Brasília, em prol da constituição de uma frente de esquerda ou mesmo
de um novo partido de apoio à presidente Dilma Rousseff (PT) no Congresso, são
vistas com naturalidade pelos deputados da Assembleia Legislativa. Entretanto,
opositores são céticos em relação à possibilidade de fundir partidos como PROS
ao PDT ou ao PCdoB.
Para o deputado Júlio César (PTN), vice-líder do governo na Casa,
a iniciativa de Cid é natural por ele ter sido um dos principais apoiadores da
campanha de reeleição da presidente, tendo saído do PSB e levado seu grupo
político a um novo partido para apoiá-la. "Há muito tempo para se
discutir, temos aí mais de um ano para essa discussão de fusão de partidos
amadurecer", diz.
Já Heitor Férrer (PDT) afirmou não saber se a ideia do governador
de fundir partidos foi "inocência" ou uma "maneira de querer
prestar um serviço à presidente". "A junção de partidos em blocos é
uma realidade. Os partidos de apoio se juntam até para ter mais lugar na Mesa
(Diretora), para ter lugar nas comissões temáticas. Mas pensar em incluir o PDT
como um partido possível de fusão com outros é não conhecer a história do
PDT".
João Jaime (DEM), que endossou a candidatura de Aécio Neves (PSDB)
no Ceará, apontou que a articulação não trará dificuldades para a oposição no
Congresso. "Até porque são partidos que já apoiam o Governo. O que você
vai fazer? Ou vai juntá-los num bloco, para continuar apoiando o Governo
Federal, ou fundi-los, que eu não acredito na fusão de um novo partido a partir
desses três", destacou.
Para Sérgio Aguiar (PROS), é importante que um bloco de
centro-esquerda seja fortalecido no Congresso para ajudar na governabilidade do
País. "Existem setores insatisfeitos no PSB, em outros partidos que não
são da base do governo Dilma, que poderão se juntar nesse bloco para ter a
sensação de governabilidade. É importante, é uma ideia nova que surge no
cenário", apontou.
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