A Justiça Federal vai buscar nos bancos de países como Suíça, Alemanha,
Holanda, China, Estados Unidos, Canadá, Peru e Uruguai a "verdadeira
fortuna" que teria sido desviada pelo esquema de corrupção na Petrobras
investigado pela Operação Lava-Jato. Por decisão do juiz federal Sérgio Moro,
foram bloqueados em contas no Brasil R$ 47,8 milhões em nome de acusados e
empresas ligadas a eles, valor abaixo do previsto pelas autoridades.
As contas pertencem a 14 executivos de
empreiteiras sob investigação, ao ex-diretor de Serviços e Engenharia Renato
Duque, ligado ao PT, e ao empresário Fernando Antônio Falcão Soares, o Fernando
Baiano, apontado como operador do PMDB. Três empresas ligadas a esses dois
investigados também são alvo do bloqueio.
A Justiça Federal conseguiu bloquear R$
3,2 milhões em uma conta de Duque. Outros R$ 8,8 mil estavam em nome de duas
empresas de Fernando Baiano, e R$ 10,2 milhões pertencem ao presidente da UTC
Engenharia, Ricardo Ribeiro Pessoa. Para a Polícia Federal, ele é o coordenador
do "clube" de empreiteiras que formaram um cartel para fraudar contratos
com a estatal de petróleo.
O maior volume de dinheiro foi
encontrado em cinco contas do empreiteiro Gérson Almada: R$ 22,6 milhões. Ele é
vice-presidente da Engevix Engenharia. Moro determinou o embargo de até R$ 20
milhões nas contas brasileiras dos acusados. Parte estava com contas zeradas ou
valores irrisórios. Por isso, há suspeitas de que alguns investigados foram
alertados e fizeram movimentações financeiras a fim de burlar o bloqueio
judicial.
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