Um mês depois de
homologar o acordo de delação do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, o
ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava-Jato no STF, ainda não
determinou a abertura de inquérito contra políticos suspeitos de envolvimento
no esquema de corrupção na estatal. Em quase cem depoimentos da delação
premiada, Costa apontou o dedo para pelo menos 28 deputados, senadores,
governadores, entre outras autoridades.
As declarações do
ex-diretor, já confirmadas em parte pelo doleiro Alberto Youssef, devem botar
contra a parede grande número de políticos e inflamar ainda mais o clima no
Congresso nesta fase após a reeleição de Dilma Rousseff. Pela gravidade das
acusações, o surgimento de nomes vinculados às fraudes será mais um ingrediente
na crise que só cresce desde a primeira vez em que Costa foi preso, em março.
As revelações de Costa
atingem PT, PMDB, PP, PSB, SD e PSDB, entre outros partidos. Cada um em uma
situação específica. Costa e Youssef também denunciaram grandes empreiteiras e
contratos bilionários delas com a Petrobras. Só em um dos casos, Costa
confessou ter recebido US$ 23 milhões da Odebrecht, o equivalente a soma dos
empréstimos que, segundo o STF, o lobista Marcos Valério simulou para abastecer
os dutos do mensalão. A empresa nega.
Principais investigações
Para procuradores e
delegados, as investigações principais nem começaram. "Se for comprovado o
envolvimento dos parlamentares, isso vai ter uma repercussão muito forte no
Congresso, que é o espaço próprio para se discutir essas questões
político-partidárias", disse o presidente da Associação Nacional dos
Procuradores da República, Alexandre Camanho.
Investigadores suspeitam
que parte do esquema da Petrobras era reproduzida em outros órgãos. Nas
investigações realizadas, já começam a aparecer referências ao Dnit e à
Eletrobras, entre outros.
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