Capital
da fé no Interior cearense e polo de desenvolvimento numa região formada por 28
municípios, Juazeiro do Norte é hoje a cidade que apresenta o maior grau de
deficiência e morosidade no que se refere à solução de problemas relacionados a
infraestrutura, saneamento básico, saúde, educação e situações ligadas ao
funcionalismo público, em toda a Região Metropolitana do Cariri. As vias
públicas da cidade estão esburacadas, há lixo jogado às margens das pistas de
rolamento e, na maioria dos bairros periféricos, o esgoto corre a céu aberto
ocasionando mau cheiro e risco à saúde da população.
Em locais mais afastados do Centro, as ruas estão sujas e bancos
de areia se acumulam impedindo o fluxo normal de veículos. Em pelo menos três
localidades, buracos surgiram em dimensões tão grandes que sucatas de veículos
foram jogados dentro deles pelos moradores para que acidentes fossem evitados.
Em dias de chuva, as artérias ficam tomadas pela lama que, em alguns casos,
invade as residências. Bairros como Tiradentes, São José, Mutirão, Novo
Juazeiro, Betolândia, Romeirão e João Cabral são os que demandam maior
necessidade de investimentos e ações de recuperação.
No entanto, áreas de maior valorização imobiliária, como Triângulo
e Lagoa Seca, onde estão concentrados hotéis e restaurantes de luxo, também
apresentam problemas e deficiências. Em quase todas as ruas do bairro Lagoa
Seca, por exemplo, há buracos. Muitos de grandes proporções, inclusive
ocasionando prejuízos a moradores que trafegam pelas artérias danificadas, bem
como a demais populares que também se deslocam pelos trechos esburacados.
Quando chove, ruas ficam alagadas por falta de sistema de drenagem. Em
consequência, o fluxo de veículos nas proximidades da Avenida Leão Sampaio, que
liga os municípios de Juazeiro do Norte e Barbalha, fica lento.
Na periferia da cidade a população se diz temerosa com o que chama
de "descaso da administração" de Juazeiro do Norte, devido à grande
quantidade de pessoas que procuram postos de saúde por causa de viroses que se alastram
pela cidade. "Tem gente doente em Juazeiro do Norte por causa da falta de
respeito e pelo descaso dessa administração com o povo carente do nosso
Município. Essa doença que está dando em todo mundo é por conta da sujeira,
destes esgotos aí no meio da rua. Tem rua aqui no bairro João Cabral que a
fedentina é a maior do mundo e ninguém faz nada. O bairro está abandonado. Aqui
é só buraco, lixo e esgoto. Só "padim" Cícero pra dar jeito",
reclama o mecânico João Eudes Vitorino, que mora no município há 28 anos.
O mototaxista Gildevan Alves, que também reside no bairro João
Cabral, diz que nunca viu tantos problemas em Juazeiro do Norte. "Antes
havia alguns problemas, mas agora tá demais. Aqui na Rua Perpétua Carneiro da
Cunha, por exemplo, não tem nem como o motorista transitar direito por conta
dos buracos. Cada um maior que o outro. Sem falar no lixo e no mau cheiro
devido a essas águas sujas dos esgotos que correm a céu aberto. O bairro é um
dos mais afetados. Na Rua do Come-Come e na Rua do Flores a situação também é
essa. A cidade hoje está abandonada", afirma.
Moradora do bairro Romeirão, a dona de casa Maria Soledade avaliou
que o Município apresenta carência de ações em quase todas as esferas da
administração local. "Tá faltando quase tudo. Principalmente saúde. A
administração está em falta com a população. Não estão cumprindo com a
obrigação que deveriam ter. A população sofre bastante com essa situação.
Embora eu acredite que a população também precise colaborar fazendo a parte que
lhe cabe, o município tem deixado muito a desejar", disse.
Outra moradora do bairro que reclama da falta de solução para os
problemas que a localidade apresenta é a aposentada Maria Arraes, que há 40
anos reside em Juazeiro do Norte. Segundo ela, nos últimos anos, pouco tem sido
feito para atender às demandas da população. "Só tem buracos pelas ruas.
Quando ajeita, a chuva vem e acaba de novo. Parece que não fazem o serviço bem
feito. As ruas que eu vejo é tudo desse jeito. Limpeza não existe. Não era pra
ser assim. Era melhor se tivessem um pouco mais de cuidado com o Juazeiro. A
população sofre bastante. Tem buraco até na porta da casa do povo", aponta
a moradora.
fonte: DN
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