A Universidade Regional do Cariri (URCA) obteve autorização
judicial para o repatriamento de cerca de 3 mil fósseis, que estavam em poder
da Polícia Federal, sede de Juazeiro do Norte, e da Universidade de São Paulo
(USP), com peças repassadas pela Justiça Federal, no ano passado. O material
foi contrabandeado e levado da Bacia Sedimentar do Araripe por uma quadrilha
internacional, presa em 2013, no interior de Minas Gerais. Ontem, a primeira
remessa do material foi resgatada na sede da Polícia Federal, em Juazeiro do
Norte. A outra parte se encontra ainda em São Paulo.
No material se encontra diversas espécimes de fósseis, que serão
estudadas por equipe do Laboratório de Paleontologia da URCA. Parte das peças,
pouco mais de 60 fósseis, foi entregue nesta terça-feira, 5, ao Professor Álamo
Feitosa, coordenador do laboratório, e fiel depositário do material perante à
Justiça, e ao Vice-Reitor da URCA, Professor Patrício Melo. Álamo esteve na
sede da PF acompanhado de estudantes que atuam no laboratório.
A outra parte dos fósseis se encontra no Departamento de Geografia
da USP e deverá ser entregue à Universidade Regional do Cariri (URCA) para, em
seguida, após triagem e estudos no laboratório, repasse ao Museu de
Paleontologia da URCA, em Santana do Cariri, e que atualmente abriga mais de
nove mil exemplares fósseis de diversas formações.
Professor Álamo comemora a vitória, pois é a maior restituição de
fósseis já registrada na área da BaciaSedimentar do Araripe. O Vice-Reitor
Patrício Melo destaca a importância desse material poder voltar ao lugar de sua
origem, para que seja utilizado em pesquisas e estudos desenvolvidos na Região.
O material daria para montar um museu, segundo Álamo, e muitas
peças são raríssimas, a exemplo de'Tupandactylus imperator', um pterossauro apresentado ano passado, por docentes da USP. “É um
dos mais completos, já achados na região”, afirma. A URCA fez a solicitação do
material após a prisão da quadrilha e buscou sensibilizar a Justiça, inclusive
destacando que a Bacia Sedimentar do Araripe tem uma das mais importantes
reservas fossilíferas do período cretáceo do planeta, além de contar com um
Laboratório de Paleontologia, onde estão sendo desenvolvidos importantes
estudos na área, com registros de descobertas inéditas, e o Museu de
Paleontologia, em Santana do Cariri. Os fósseis têm origens nas formações
Crato e Romualdo.
As peças contrabandeadas seriam levadas para os Estados Unidos,
para compor o acervo de um museu particular.
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