quinta-feira, 10 de março de 2016

Saúde adota novo critério para definir microcefalia

O Ministério da Saúde passou a adotar, a partir de ontem, novos critérios para identificar casos de suspeita de microcefalia em recém-nascidos. 
O protocolo anterior considerava como microcefalia os casos em que o perímetro da cabeça do bebê ao nascer era menor ou igual a 32 cm - parâmetro para aqueles com partos não prematuros.

Agora, a medida passa a 31,9 cm, no caso de meninos, e 31,5cm, no caso de meninas. A mudança segue nova orientação da OMS (Organização Mundial de Saúde), e vale para bebês nascidos com 37 semanas ou mais de gestação.

Nos casos de bebês prematuros, ou seja, nascidos com menos de 37 semanas de gestação, a mudança ocorre na tabela de referência para definição dos casos suspeitos. A partir de agora, passa a ser adotada a tabela de InterGrowth, em que a medida é comparada com o esperado para a idade gestacional do bebê.

Para o coordenador de vigilância e resposta a emergências em saúde, Wanderson Oliveira, a redução nos critérios deve tornar mais precisa a notificação de crianças com suspeita de microcefalia. “Na prática, teremos mais crianças corretamente identificadas”, afirma.

Essa é a segunda vez em que o governo muda os parâmetros adotados para identificação dos casos da microcefalia. Inicialmente, o Ministério da Saúde adotava o parâmetro de 33 cm. Em seguida, reduziu para 32 cm.

Boletins divulgados por secretarias de saúde dos Estados e pelo Ministério da Saúde, no entanto, ainda mantém casos acima de 32 cm, o que dificulta a compreensão de um cenário real dos casos de microcefalia no país.

Segundo Oliveira, a pasta deve fazer uma revisão para verificar o número de casos acima desse parâmetro. Tais casos, afirma, continuarão a ser investigados e, por isso, devem continuar na lista até serem descartados.


A medição da cabeça do bebê deve ser feita logo após o parto e repetida após 48 horas. Casos em que há suspeita de microcefalia são direcionados para exames de imagem para confirmar o diagnóstico, uma vez que há situações em que bebês com o tamanho menor da cabeça podem não ter uma má-formação do cérebro.

Publicado no jornal O Povo 

Nenhum comentário: