O Ministério da Saúde passou a
adotar, a partir de ontem, novos critérios para identificar casos de suspeita
de microcefalia em recém-nascidos.
O protocolo anterior considerava como microcefalia os casos em que o perímetro
da cabeça do bebê ao nascer era menor ou igual a 32 cm - parâmetro para aqueles
com partos não prematuros.
Agora, a medida passa a 31,9 cm, no
caso de meninos, e 31,5cm, no caso de meninas. A mudança segue nova orientação
da OMS (Organização Mundial de Saúde), e vale para bebês nascidos com 37
semanas ou mais de gestação.
Nos casos de bebês prematuros, ou
seja, nascidos com menos de 37 semanas de gestação, a mudança ocorre na tabela
de referência para definição dos casos suspeitos. A partir de agora, passa a
ser adotada a tabela de InterGrowth, em que a medida é comparada com o esperado
para a idade gestacional do bebê.
Para o coordenador de vigilância e
resposta a emergências em saúde, Wanderson Oliveira, a redução nos critérios
deve tornar mais precisa a notificação de crianças com suspeita de
microcefalia. “Na prática, teremos mais crianças corretamente identificadas”,
afirma.
Essa é a segunda vez em que o governo
muda os parâmetros adotados para identificação dos casos da microcefalia.
Inicialmente, o Ministério da Saúde adotava o parâmetro de 33 cm. Em seguida,
reduziu para 32 cm.
Boletins divulgados por secretarias
de saúde dos Estados e pelo Ministério da Saúde, no entanto, ainda mantém casos
acima de 32 cm, o que dificulta a compreensão de um cenário real dos casos de
microcefalia no país.
Segundo Oliveira, a pasta deve fazer
uma revisão para verificar o número de casos acima desse parâmetro. Tais casos,
afirma, continuarão a ser investigados e, por isso, devem continuar na lista
até serem descartados.
A medição da cabeça do bebê deve ser
feita logo após o parto e repetida após 48 horas. Casos em que há suspeita de
microcefalia são direcionados para exames de imagem para confirmar o
diagnóstico, uma vez que há situações em que bebês com o tamanho menor da
cabeça podem não ter uma má-formação do cérebro.
Publicado no jornal O Povo
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