Depois
de um veranico prolongado, superior a 30 dias, voltou a chover no Interior do
Ceará. A Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme)
registrou, ontem, precipitações em 85 municípios. A maior foi verificada em
Umari, no sudeste do Estado, (125mm); seguida de Iguatu (86mm) e Quixelô
(82mm), na região CentroSul; Quiterianópolis, nos Inhamuns, (79mm) e Orós
(70.4mm).
As chuvas foram ocasionadas pela aproximação
da borda oeste do Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN), sistema atmosférico
que está estacionado no leste do Oceano Atlântico, próximo ao Rio Grande do
Norte e à Paraíba. Há previsão de novas chuvas para hoje e amanhã.
"É
um sistema que não é típico dessa época do ano, mas que está atuando sobre o
Ceará, favorecendo ocorrência de chuvas no noroeste do Estado", explicou o
meteorologista da Funceme, Raul Fritz. As chuvas que banharam grande parte do
Estado ocorreram na noite de terça-feira e madrugada de ontem. Foram
caracterizadas por apresentar pluviometria variada em um mesmo município.
Em
Iguatu, por exemplo, a Funceme registrou no bairro Esplanada (86mm), no Centro
(78mm), no Barro Alto (85mm), no sítio Penha (68mm) e na Barra do Trussu
(60mm). A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que é o principal sistema
causador de precipitações no Semiárido nordestino durante a quadra chuvosa
(fevereiro a maio), ainda permanece afastada da costa cearense. A aproximação
de uma borda da ZCIT está provocando chuvas nos últimos dias no Pará e no Maranhão.
"Há
uma expectativa de que, na segunda quinzena deste mês, a ZCIT esteja mais
próxima do Ceará e possa provocar chuvas", disse Fritz. O meteorologista
explica que, mesmo em ano caracterizado por seca, ocorrem chuvas isoladas.
"Vamos ter eventos provocados pela Zona de Convergência. As condições
gerais, entretanto, mostram que a pluviometria deve ficar abaixo da média,
segundo as previsões iniciais", frisa. Ainda de acordo com Fritz, a chuva
registrada na noite de terça-feira, em Crateús, também foi ocasionada pela
atuação do VCAN. A precipitação, de 67mm, foi concentrada em meia hora. O
suficiente para alagar ruas, invadir casas de áreas baixas e deixar um morto. O corpo foi encontrado, após a chuva,
enganchado em uma cerca. O coordenador da Comissão Municipal de Defesa Civil de
Crateús, Teobaldo Marques, disse que a chuva foi muito intensa. "Foi uma
verdadeira tromba d'água. Veio de uma vez, com vento e relâmpago, inundando
ruas de vários bairros", contou.
Publicado no DN
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