quinta-feira, 10 de março de 2016

Volta a chover no Ceará

Depois de um veranico prolongado, superior a 30 dias, voltou a chover no Interior do Ceará. A Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) registrou, ontem, precipitações em 85 municípios. A maior foi verificada em Umari, no sudeste do Estado, (125mm); seguida de Iguatu (86mm) e Quixelô (82mm), na região CentroSul; Quiterianópolis, nos Inhamuns, (79mm) e Orós (70.4mm).
 As chuvas foram ocasionadas pela aproximação da borda oeste do Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN), sistema atmosférico que está estacionado no leste do Oceano Atlântico, próximo ao Rio Grande do Norte e à Paraíba. Há previsão de novas chuvas para hoje e amanhã.
"É um sistema que não é típico dessa época do ano, mas que está atuando sobre o Ceará, favorecendo ocorrência de chuvas no noroeste do Estado", explicou o meteorologista da Funceme, Raul Fritz. As chuvas que banharam grande parte do Estado ocorreram na noite de terça-feira e madrugada de ontem. Foram caracterizadas por apresentar pluviometria variada em um mesmo município.
Em Iguatu, por exemplo, a Funceme registrou no bairro Esplanada (86mm), no Centro (78mm), no Barro Alto (85mm), no sítio Penha (68mm) e na Barra do Trussu (60mm). A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que é o principal sistema causador de precipitações no Semiárido nordestino durante a quadra chuvosa (fevereiro a maio), ainda permanece afastada da costa cearense. A aproximação de uma borda da ZCIT está provocando chuvas nos últimos dias no Pará e no Maranhão.

"Há uma expectativa de que, na segunda quinzena deste mês, a ZCIT esteja mais próxima do Ceará e possa provocar chuvas", disse Fritz. O meteorologista explica que, mesmo em ano caracterizado por seca, ocorrem chuvas isoladas. "Vamos ter eventos provocados pela Zona de Convergência. As condições gerais, entretanto, mostram que a pluviometria deve ficar abaixo da média, segundo as previsões iniciais", frisa. Ainda de acordo com Fritz, a chuva registrada na noite de terça-feira, em Crateús, também foi ocasionada pela atuação do VCAN. A precipitação, de 67mm, foi concentrada em meia hora. O suficiente para alagar ruas, invadir casas de áreas baixas e deixar um morto.  O corpo foi encontrado, após a chuva, enganchado em uma cerca. O coordenador da Comissão Municipal de Defesa Civil de Crateús, Teobaldo Marques, disse que a chuva foi muito intensa. "Foi uma verdadeira tromba d'água. Veio de uma vez, com vento e relâmpago, inundando ruas de vários bairros", contou.
Publicado no DN

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